Ele há dias assim…
Como de costume, ou tem-se tornado costume em dias assim, em que a “neura” vai alta, Não me apetecia jantar em casa.
Escolhi, já bem tarde, um restaurante grego cujo dono é cipriota e onde tinha ido uma outra vez num dia tempestuoso como o de hoje. O empregada brasileira, que entendi chamar-se Alliana, por ser o que tinha num enorme cartão sujo que lhe pendia do impecavelmente negro avental, entregou-me a lista e cumprimentou-me sorridente e simpática.
Mesmo em frente a mim, jantava animadamente um casal ucraniano ao que entendi, cujo marido pelo que a mulher lhe chamava a cada passo, se chamaria algo como Yulin ou Yurin.
Enquanto tentava recordar como se chamavam as costeletinhas de borrego que comera da primeira vez, dei por mim a recordar a conversa que tivera de tarde com uma rapariga checa e com o seu namorado irlandês que cá está para iniciar um ano de Erasmus e que me confessou adorar a comida dos nossos restaurantes chineses.
Jantei na paz do Senhor, mal acompanhado por mim e pelas minhas “tonterias” quando já no final recebi um telefonema de um casal de amigos italianos, para lá ir a casa tomar um café. Recusei polidamente e adiei para outro dia em que não me lembrasse de nenhuma desculpa ou em que estivesse mais sociável.
Lembro-me de ter vindo para casa num autocarro cheio de cabo-verdianos que regressavam de uma festa de musica angolana, a decorrer não sei onde e de pensar que afinal se nós somos assim tão xenófobos como muitas vezes nos acusam seria excelente que toda a gente em todo o mundo fosse apenas tão xenófobo como nós somos…ou talvez não…
Rui
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