Tenho 41 anos. Não sou nem velho nem novo sou ambos ao mesmo tempo e regra geral sou novo demais e demasiado velho quando quero ser o contrário. Quarenta e um anos é diferente de ter quarenta ou quarenta e dois, embora seja sempre eu independentemente da idade que tiver. Mas por vezes não sei bem o que é exactamente isso de ser eu.
Envelhecer é das poucas certezas que possuo, de todas as realidades é das mais democráticas e inexoráveis.
Antigamente pensava que quando atingisse esta zona da vida em que estou seria mais capaz. Mais envolvido na vida, mais sabedor e experiente. Mas tudo o que até agora aprendi resume-se a saber que não aprendi nem o suficiente nem aquilo que queria aprender e que está muito bem assim.
A vida não é um puzzle à espera de ser construído peça a peça mas sim as cores com que o puzzle se pinta. Não será um puzzle coloridíssimo mas é colorido e vivo; Não é preciso nem exacto mas é perfeito.
Há na vida pelo menos uma justeza, a que se revela naqueles de quem gostamos, nos momentos felizes, na beleza e na passagem das estações.
Gosto da vida mas não me entendam erradamente. O mundo está cheio de desgraças e de lágrimas e o meu mundo também. Limito-me a acreditar apenas que algo melhor há-de existir um dia e que me irá surpreender como antes já aconteceu.
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