sábado, setembro 10, 2005

Uma rua como a minha


A minha alma é uma rua vazia onde não passa ninguém…Apenas, por vezes, um triste bêbado errante e solitário.

Deixo que passe como se passasse além, sem sequer o ver, sem querer saber de onde vem.

Nem a lua, esse tema tão querido, como uma única e vaga promessa de união, ou uma prece… lá passa, nem sequer aparece, tão distante e tão ao alcance da mão, como o ar.

As noites decorrem em silêncio, iguais e brancas e nas pedras da minha rua não há passos de ninguém a soar.

Dei por mim perdido da minha vista, perdido na rua que é minha. Faltam-me pedaços importantes que antes tinha… e sem eles já não sou.

Quero reencontrar-me naquela esquina onde ainda vou, completo de novo. Numa esquina fria, à luz de um candeeiro triste, da minha rua vazia.

1 comentário:

Carlos Medina Ribeiro disse...

Estes candeeiros são tipicamente do Porto e arredores.
Lembro-me bem deles na Foz e em Leça da Palmeira