sexta-feira, março 30, 2007

Televisão de há 33 anos (30-04-1974)












-Esta foi a programação da RTP faz hoje, precisamente, trinta e tês anos.
-A data não possui qualquer significado, é apenas uma curiosidade.
-Nesse dia( faltava pouco para o 25 de Abril) foi isto que os portugueses puderam ver.
-Para quem tiver memória ou curiosidade recomendo este excelente site:

http://www.misteriojuvenil.com/

RTP (VHF)

12:43 MIRA TÉCNICA
12:45 DESENHOS ANIMADOS – “Feiticeiro de OZ”
13:00 – O CASO DA SEMANA – Luís Filipe Costa selecciona um facto entre os muitos ocorridos durante a semana, e como tal, chama a atenção dos telespectadores para esse facto, através duma entrevista com uma mais personalidades com ele relacionados.
13:15 – OS GAROTOS DO 47-A – Comedia da BBC acerca das peripécias de um grupo de irmãos que se vêm com a mãe no hospital e o pai longe e que têm que cuidar da casa e uns dos outros.
13:45 – TELEJORNAL
14:00 – HOJE PODE VER –
Espaço de apresentação da programação
da RTP para o dia e dos espectáculos de cinema e teatro de todo o país.
14:10 – DÓ-LÁ-SI – Programa apresentado por Maria José Guerra sobre artistas nacionais de música ligeira.
14:35 – TV EDUCATIVA – Programa preenchido com uma sessão de ginástica infantil, orientado pelo professor Hélder de Matos.










15:00 – DESENHOS ANIMADOSOs Flintstones.

15:30 – REPORTAGEM DO EXTERIOR – Transmissão de um jogo de Râguebi a contar para a Taça das Cinco Nações.
17:20 – MOTIVOS DE POESIA – Programa de António Manuel Couto Viana acerca de poesia onde colaboram alguns declamadores.
17:35 – A COZINHA AO ALCANCE DE TODOS – Culinária apresentada por Michel Costa.
18:00 – TELEDESPORTO –
Os principais acontecimentos desportivos da semana.




18:30 – OS WALTONS



Série americana com Jhon Boy (Richard Thomas) como personagem principal que conta a história de uma família durante a grande depressão.

19:30 – TELEJORNAL
19:45 – E A VIDA CONTINUA… –
Programa de carácter religioso apresentado pelo Padre Teodoro Marques da Silva.
20:00 – ENSAIO – Programa produzido por João Martins que aborda temas variados da vida em sociedade.
21:30 – TELEJORNAL – Que inclui o Boletim Meteorológico.


22:00 – VARIEDADES – “Julie Andrews Show” Programa musical da NBC gravado em 1972 com a duração de 50 minutos.





22:50 – PESQUISA – Série de acção.
23:50 – TELEJORNAL.
23:55 – MEDITAÇÃO.
24:00 – ENCERRAMENTO DA EMISSÃO.

RTP (UHF)

20:28 – MIRA TÉCNICA.
20:30 – DESENHOS ANIMADOS –
Repetição do episódio de “O feiticeiro de OZ”
20:30 – O CASO DA SEMANA – (repetição) Luís Filipe Costa selecciona um facto entre os muitos ocorridos durante a semana, e como tal, chama a atenção dos telespectadores para esse facto, através duma entrevista com uma mais personalidades com ele relacionados.
21:00 – NOVA VIDA – Mais um episódio desta série de sucesso que já passou no primeiro programa (VHF).
21:30 – TELEJORNAL – Que inclui o Boletim Meteorológico. (em simultâneo com o primeiro programa).22:00 – MEDICOS DE HOJE – Série que relata o dia-a-dia de um grupo de médicos.
22:50 – UM PAÍS UMA MUSICA – Programa musical com Buddy Guy, Willie Dixon, B.B. King, Júnior Wells e Arthur Big Boy.

segunda-feira, março 26, 2007

LIXO ministerial



















-Houve há tempos atrás, um jornal que mostrava o lixo que algumas celebridades de cinema deitavam fora, para a partir dele desvendarem alguns detalhes das suas intimidades.

-Se tal fosse feito ao nosso chefe de governo, seria talvez isto o que apareceria:

1- Diploma de licenciatura em engenharia pela Universidade Independente.

2- Pack de seis embalagens de “KRISE” (refrigerante para gente de sucesso).

3- Embalagem de 5 quilos de aperitivos marca “CHATOS”. Oferecida por um assessor agradecido.

4- Embalagem de papel higiénico marca “PORTUGAL”. Todos sabemos para que serve.

5- Bilhetes da TAP para Sierra Nevada e para o Quénia.

6- Uma rosa seca e murcha, muito murcha, muito seca.

7- Panfletos de uma campanha eleitoral para a Presidência da Republica.

8- Discursos de anúncio da recuperação da crise, muitos, muitas vezes reescritos e amarrotados. Quase todos escritos por Manuel Pinho.

9- Dossier dos tempos da sua ultima campanha eleitoral. Vazio e sem conteúdo mas apesar disso deitado ao lixo.

10- Documento elaborado pelo Eng.º João Cravinho, antes de ter sido promovido até ao seu nível de incompetência europeia. O tema era “Combate à Corrupção” e foi literalmente atirado ao lixo.

11- Livro “Cão como nós” de Manuel Alegre com uma anotação manuscrita no título e deitado fora.

Nota: Clicar sobre a imagem.

quarta-feira, março 21, 2007

TELEGRAMA


















-Até já nem essa forma romantico/trágica de receber novas sequer existe.
-Apesar disso imaginei que tinha recebido este telegrama hoje.

segunda-feira, março 19, 2007

ALLARVE















-ALLARVE!
-É tudo o que tenho para dizer de mais esta deste!

domingo, março 18, 2007

Schiu !!!











-Oiço muitas vezes gente que se queixa da linguagem ofensiva que com frequência aparece em filmes, séries e mesmo no dia a dia, nas ruas das cidades. Geralmente referem-se ao que se chama linguagem profana ou a palavras que por convenção social se consideram “palavras feias”, “asneiras” ou “palavrões”.

-
A mim aquilo que mais me irrita, no entanto, é a constante exibição de ignorância verbal. Não me refiro a sotaques, regionalismos, ou variações de pronúncia. Refiro-me a toda aquela gente que ouvindo uma palavra, não faz qualquer esforço para a repetir correctamente e que não se importa de exibir sempre que essa característica vocabular:

Stander/standard, em vez de Stand.
Assuntar, em vez de sentar.
Ateimar, em vez de teimar.
O comer, em vez de a comida.
Meter, em vez de
“colocar açúcar”, “pôr-se de joelhos”, etc.
Deitar, em vez de votar.
Botar, em vez de pôr.
Tóxico-independente, em vez de toxicodependente
Homem sexual, em vez de homossexual.
Futabol, em vez de futebol.
Cambra em vês de Câmara (Municipal por ex.).
Pólipos maglinos, em vez pólipos malignos.
Hérnia fiscal, em vez de hérnia discal.
Beneficência, em vez de beneficiência.

-Temos também as “muletas” que são termos constantemente repetidos em qualquer frase e que têm por objectivo disfarçar a ignorância cobrindo com expressões que o emissor julga mais “cultas” e que se tornam autênticos tiques de linguagem:
“É assim:…”
“…prontos!”
“…efectivamente…”
“…evidentemente…”
“Pois.”
“De facto…”
“tás a entender?”
“tás a ver?”

-Mas francamente, que o que me tira do sério, me leva aos arames e me deixa totalmente encanitado e furibundo é a constante confusão que jornalistas credenciados fazem continuamente entre “adesão” e “aderência”.
-Temos assim um país em que as pessoas se colam a manifestações, razão pela qual o governo não as leva a sério.

quinta-feira, março 15, 2007

Pesca-dores á linha











-Há tempos atrás dois amigos meus decidiram que eu precisava de um tempo de qualidade, de animação, distracção e divertimento. Vai daí levaram-me com eles à pesca. Ainda tentei argumentar que a noite estava demasiado fria e húmida; Que não trazia calçado apropriado para a façanha e que sobretudo, não entendia nada de pesca. Não adiantou, pois à medida que eu expunha um problema, ora um ora outro, descobriam-lhe logo ali a solução. Lá fui.
-Devo confessar que não sou grande adepto de praia, nem sequer de dia. A simples presença de areia causou-me sempre aborrecimento e comichão. Logo, que fazia ali eu ao frio sob um céu estrelado, perto das ondas com uma lanterna na cabeça e uma cana na mão?
-Os preparativos para a pesca estavam todos feitos. O farnel abundante, a cerveja fresquíssima e muita, o isco, canas, botas, lanternas, e uns estranhos estojos com mil e uma coisas pequenas que dificilmente eu entendia para o que serviriam. Colocado o isco na ponta de um anzol atira-se com ele e com um pedaço de chumbo para dentro da água; Espeta-se a cana na areia, com um suporte especial e espera-se que ela abane. Imediatamente era a hora de abrir cervejas. A conversa era escassa mas corria calma agradável e até o frio não incomodava tanto como eu pensara.

-Foi uma das melhores noites que tive nos últimos tempos. Continuo sem perceber nada da “arte da pesca à cana”, mas ali sob aquele céu estrelado, longe da civilização, entendi pelo menos porque há tanta gente que (literalmente) se dedica à pesca. Ali, com o vento frio no rosto, entre o rugir do mar invernoso e o silêncio da noite é realmente possível ouvirmos os nossos pensamentos mais íntimos e encontrar alguma verdadeira paz de espírito.

quarta-feira, março 14, 2007

Trabalho












-Eu acredito na existência de Deus. No entanto e como a enorme maioria dos que como eu acreditam que Ele existe por vezes tenho alturas de dúvida.
-A maioria das pessoas justifica a sua dúvida da existência de Deus com argumentos como: “Se Deus realmente existisse não haveria no mundo tanto sofrimento, fomes, guerras, violências.” Blá, blá, blá… Para mim, a única causa de dúvida chama-se: trabalho. Isso mesmo, trabalho!
-Porque se Deus existe, para que temos nós então dois dias de fim-de-semana e cinco de trabalho e não o inverso?
-Pensem bem nas possibilidades que se abririam a toda a espécie humana se tivéssemos cinco dias de fim-de-semana. Não seria óptimo dizer “estes dias de trabalho passaram a correr” ou “nunca mais chegam os dias de trabalho”?
-Para a nossa economia seria brilhante, existiria maior consumo, o comércio venderia quase tudo até porque a produção seria menor, importaríamos mais e reforçaríamos as praticas comerciais. As mulheres teriam mais tempo para os filhos, para as compras e para dizerem aos maridos aquilo que eles devem fazer. Isto seria proveitoso para as crianças que talvez assim não se tornassem uns imbecis iletrados e violentos.
-Haveria mais gente a acreditar no paraíso, já que a vida na terra não seria um inferno em vida.
-Nunca repararam que na Bíblia o nome daquele que era o maior sofredor era Job. Que em inglês significa trabalho?
-Hércules, por exemplo, só teve que realizar 12 tarefas e depois foi recompensado com descanso.
-Por cá o que vai acontecendo é que esperam de nós paciência de Job e forças de Hércules para que trabalhemos cinco dias por semana e descansemos apenas dois, paguemos impostos e sejamos mal tratados pelos governos.
-Pessoalmente já perdi há muito a paciência, e não tenho a força hercúlea necessária para resistir sequer a um Bosford com água tónica.

-Por isso já sabem: se me virem sentado a uma mesa de esplanada a meio de uma tarde de semana, a ler e a apanhar sol, com um copo alto meio-cheio de algo que pode parecer água, já sabem: Deus atendeu o meu pedido e como sou um homem com fé, tenho fé que Deus o atenda.

segunda-feira, março 12, 2007

DOIS ANOS É MUITO TEMPO











Não, dois anos não passam a correr!

Faz hoje (12 de Março de 2007) dois anos que me apetece chamar algumas destas e de outras coisas a alguém:

Atarantado, abestalhado, abobarrado, abobosado, acanhotado, alarve, alonso, alvar, alvarinho, apalermado, aparente, aparvado, apatetado, apombocado, asneirão, asonsado, atolado, atolambado, atoleimado, azémola, asno, atrasado, anormal, anormalóide, besta, bestôncio, burro, bronco, bobo, babáca, babanca, basbaque, bate-orelha, babão, badana bertoldo, bestalhão, bestiaga,belarmino, beliz, bocó, boleima, bolónio chanfrado, chalado, doido,calino, cândido, capadocio, cepo, chapetão, coió, curto, cuco, cretino, cavalgadura, camelo, débil, demente, doloso, enxovedo, escroto, estulto, estúpido, estupidóla, nado-estupido, falsco, falacioso, fátuo, fingido, fútil, fanfarro, gaivota, ganso, girolas, guedes, harlequim, hebetado, hipócrita, idiota, imbecil, imbecil, imbecilóide, incapaz, inepto, inhenho, insensato, insensivel, insonso, intelijumento, jegue, jerico, jumento, lamecha, lapardão, lapardeiro, lapa, latoso, lapuz, lorpa, lapárro, louco, lé-lé, mandu, mané, manicaca, marinelo,maroto, macaco, mentiroso, mentecapto, molongó, obtuso, orelhudo, otário, paca, pacóvio, paio, painte, paioso, palurdio, pancracio, pandonga, papalvo, paspalho, pancado, parvo, párvulo, parvinho, pavão, parvalhão, pascácio, pasmado, papalho, paspalhão, pataloto, patamaz, pataroco, pateta, pêngó, prego, primário, ráca, tolo, tonto, tolo chapado, toldado, maluco, marado, simples, simplório, sardo, sandio, sarango, serodio, tacanho, tonto trouxa, tapado, toleirão, urumbeba, vigarista, vigaro, viperino, viscoso.

-Só não o faço por mera educação!

Nota: Atenção ao logotipo!

sábado, março 10, 2007

Desconsolados















-
Como se não bastasse tudo aquilo que tem sido encerrado, agora vão encerrar também consulados e embaixadas.
-È caso para dizer que nós portugueses, vamos ficar mais ainda desconsolados.
-Se este afã de encerramentos continua, temo pelos intestinos nacionais mas e daí... talvez que se encerre o governo!

quarta-feira, março 07, 2007

Mude-se o POVO !









-Como foi possível não ter pensado nisto antes?
-Como é que ainda ninguém reparou em algo tão óbvio, tão evidente, tão claro?

-José Sócrates é que tem razão. O governo está 110% correcto. O ministro da Saúde está coberto de razão. A ministra da Educação afinal estava certíssima e o ministro das Finanças afoga-se em razoabilidade. Até o ministro Manuel Pinho tinha razão, apenas que no caso dele ele não sabe o que isso é.
-Claro que já não existe crise alguma, nem informação manipulada; Não houve incêndios de verão, nem cunhas, nem tachos chorudos, nem declarações imbecis. Não houve politicas erradas, reformas mal planeadas e destruidoras do ensino ou da saúde. Os salários afinal não são os mais baixos, na China é pior. Não existiram erros ridículos de indultos natalícios. Não houve manipulação de números nos cálculos orçamentais e até o secretário de Estado da energia tinha toda a razão ao atribuir a culpa aos portugueses.
-Foi aliás ele, quem me abriu os olhos, foi ele quem despertou em mim esta súbita “luz de entendimento”.

-A verdade é afinal linear e simples de entender. Se os juízes não servem, se os professores não servem, se os funcionários públicos não servem, se os jovens médicos não servem; Os bombeiros, os farmacêuticos, os consumidores de electricidade, os reformados e pensionistas, os agricultores, os pescadores, a PSP e a GNR, os oficiais e sargentos da marinha, exercito e força aérea, os bombeiros e nem os operários das empresas que encerram semanalmente servem ao país. Se nem sequer servem as maternidades, os atendimentos de urgência, os autarcas e governos regionais, as escolas das aldeias do interior ou esquadras então a resposta é simples: mude-se o povo! Mude-se este povo aborrecido e “protestante” que sai para a rua a armar arruaças apenas por tudo e por nada. Porque em ultima análise, não é com certeza para o povo que este governo governa. Será quando muito pelo povo, mas não para ele. Por isso, para que ter que o suportar?

-Mude-se o povo, exporte-se para a China, ou melhor ainda, para a Finlândia para que aprendam a ser POVO; Sim, porque nem chineses nem finlandeses, têm por habito sair à rua a cortar o trânsito e a chamar mentiroso ao primeiro-ministro.
-
Por outro lado, importemos eslavos e magrebinos que esses não exigem condições de trabalho, nem direitos que qualquer espécie e "contentam-se" apenas com salários magros e empregos instáveis por absoluta necessidade.

-Este povo de “bravos costumes”, afinal não passa de uma cambada, incapaz de entender os altos desígnios da governação, apenas por estar ocupado a tentar sobreviver. Este povo se não se presta ao governo, mude-se. Mude-se, mas que deixe o governo que esse sim sabe o que faz por si!

sexta-feira, março 02, 2007

Grunhos, xungas, azeiteiros e outros monstros urbanos: Como ser um











Atitude:

-Ter amigos o mais estranhos possível e ser tão estranho como eles são.
-Ter a atitude “bué da cool”.
-Cuspir para o chão e arrotar alto.
-Chamar coisas como “garina”, “chavala” ou “dama” quando fala das amigas, conhecidas ou namoradas. No caso delas: “gajo”, “chavalo” ou “macho”.
-Nunca usar palavras como: “sim” ou “amigo”, mas antes “yá” e “my man”.
-Baloiçar o corpo ao andar, parecendo um marinheiro enjoado e abanar os braços como um orangotango descoordenado.
-Ao falar gesticular muito esticando sempre que abrir os braços alguns dedos alternadamente.
-Colocar os pés nos bancos e cadeiras nos transportes públicos.
-Não ter aproveitamento na Escola.
-Fazer parte de um “Gang” ou de uma claque, o que dá no mesmo.
-Fazer de conta que se vive num bairro social.
-Passar horas sentado em muros ou no chão.
-Fazer “Tags” em tudo o que é sitio até nas paredes de casa.
-Ouvir apenas: House Music, Acid, Trance, Techno; ou em alternativa: funáná, kizomba e kuduro.
-É importante que a dieta seja exclusivamente constituída por bebidas de lata, pacotes de batatas fritas, “bolicaus” e aperitivos de pacote. Para equilibrar pode também comer “go(s)mas” e mascar chiclete desde que o faça com a boca aberta. Raramente pode comer pizza ou hambuguers.

Moda:

-Usar o cabelo rapado com desenhos estúpidos na nuca.
-Usar sempre calças rasgadas, largas e curtas, quer em baixo como em cima para que se vejam os boxers ou o fio dental.
-É imprescindível usar tatuagens em local visível.
-Calçar sempre ténis ainda que da feira de Custóias ou Carcavelos.
-Ter sempre um boné com a pala para trás que só é coberto pelo capuz que deve existir em todas as peças de roupa.
-Usar brincos, piercings e alguns anéis da mãe.
-Usar roupas. “verde-mete-nojo”, “roxo-vómito”, “verde-cuspe”, “amarelo-fulminante e “laranja-estraga-olhos”. Todas com siglas que se não sabem ler e que não significam nada.

quinta-feira, março 01, 2007

Pequena definição de ironia












-Aos boçais, aos cabeçudos, a todos aqueles que tem pedra no lugar do cérebro há que esculpir-lha não com uma frase irónica, um dito mordaz ou uma observação jocosa. Há que ser preciso e contundente até mesmo soez, na frase, preferencialmente de índole sexual, para que primeiramente sorriam e pouco mais tarde, riam a plenos pulmões alarves. É necessário ser parlapatão e “grunho” para provocar-lhes essas gargalhadas epilépticas que os farão abanar os pescoços ruminantes que lhes prendem a cabeça ao mísero corpo; Para que abanem as ancas suínas e inchadas sobre que se arrastam e que terminam em inúteis cepos em forma de pé. Há que fazê-los tossir, engasgar e verter lágrimas. Muito tempo depois, hão-de ainda repetir a ridícula figura de cada vez que contam a pilhéria que ouviram; Hão-de bater com as manápulas toscas nos presuntos, enquanto em volta buscam o olhar cúmplice de outro boçal que se ria do mesmo modo que ele se ri enquanto celebram a estupidez obscena que nós lhe contamos.
-Esta é para mim a maior das ironias, o melhor uso que da ironia podemos fazer a mais doce vingança sobre a cretinice.
-Talvez por isso a ironia, a verdadeira ironia e não a tosca, seja tão depreciada. Muitos, não compreendem a sua agudeza perversa, a sua subtileza malvada, o seu propósito afiado como o punhal de um corsário.
-A ironia não desfere golpes de palhaço, mas sim passos de dança diabólicos.
-A turba ruidosa dos brutos, jamais entenderá nada de ironia enquanto se entretiver a golpear com ruído mas sem qualquer ritmo, paixão ou convicção o bombo da anedota vulgar e da comparação obscena.
-“Canalha com preconceitos”, chamou-lhes Borges.
-“Vou na direcção oposta.”, disse Bocage.
-A falta de ironia é a musculatura da anorexia, o bolor dos sujos. Ao passo que a sua existência é a dor doce e fina do fio da navalha afiada em mão de ser irónico.