quinta-feira, março 30, 2006

IN-Provavel / IN-TOLERÁVEL ????














"PARA MEIO ENTENDEDOR, UMA PALAVRA BASTA!"

Rui

sexta-feira, março 24, 2006

Julgamento Final

















“Este pode muito bem ter sido o Julgamento final!”

-Foi com esta declaração prestada em absoluto exclusivo ao nosso repórter no local, que Santo Moura encerrou ontem a sessão do Supremo Tribunal Celestial.
-O Julgamento não parecia possuir à partida a importância que com esta afirmação pode vir a assumir. Em julgamento estavam apenas três diabretes: um administrador de uma empresa pública recentemente nomeado, um politico em travessia do deserto que foi nomeado administrador de uma empresa pública e um ex-ministro da economia e das finanças actualmente responsável por uma empresa de energia espanhola. Os arguidos foram condenados em penas leves, pois como se sabe, Deus é misericordioso e a clemência divina sempre é melhor do que a impunidade humana. O primeiro foi condenado a substituir o burro no presépio no próximo Natal; O segundo a fazer uma lista de todas as medidas idiotas tomadas no sector do ensino em Portugal desde 1974. O terceiro e último foi condenado a copiar com notas explicativas todos os discursos de Jorge Sampaio durante ambos os seus mandatos.
-Santo Moura, que exerce o cargo desde há mil anos, declarou na ocasião sentir-se cansado de tanto inquérito e que a idade já o não ajuda a conservar em sua posse todas as informações, como fazia noutros séculos. Não se prevê ainda quem será o substituto mas a decisão parece indicar que se tratou do julgamento final de Santo Moura.
-Aguardemos então.

Rui

quinta-feira, março 23, 2006

Jornal In-Provavel

























Nota: Para lêr melhor clicar sobre a imagem.


Rui

quarta-feira, março 22, 2006

Prima Vera










-Segundo o calendário gregoriano, a Primavera chega por volta do dia 21 de Março como é habitual. Trata-se da estação das flores, dos passarinhos chilreantes e, no caso deste ano, dos passarinhos com gripe aviária. É tempo dos verdes prados cobertos de erva e formigas. É tempo dos raios solares ficarem quentes e mais amarelos, ainda que como se sabe, demorem oito minutos a atingir a terra que, ao contrário da EDP, não possui luz própria por ser um planeta.

Rui

sábado, março 18, 2006

quinta-feira, março 16, 2006

Contraponto & Fuga












-Desde há vários anos desenvolvi uma técnica para me esquivar de quem não estou disposto a “aturar”. Faço-me sonso, faço-me surdo, insosso, distraído e ignorante ao que me dizem; Não estou atento, não reparo em nada, não vejo se é homem ou mulher, oiço mal ou nem oiço sequer quando não quero ouvir nem ver.
-Se me falam, respondo sem parar de andar, se me acenam finjo acenar e se me estendem a mau para um cumprimento suado, cumprimento, mas passo rapidamente ao lado. Se me querem dar um beijo educado, paro um curto momento, beijo longe da face e retomo o andamento.

Rui

domingo, março 12, 2006

Cuidado com os idos de Março












-Há meses assim.

-Para algumas pessoas são dias da semana juntamente com determinados números, para outras são alguns objectos partidos ou inteiros, locais, animais, atitudes e até mesmo outras pessoas. Para mim é este mês que decorre. Para mim é Março. Não sei como nasceu esta malapata, este “azar”, esta aversão por um dos doze meses; Ou melhor, sei, sei mas não digo, não quero falar disso e nem sequer pensar em tal coisa. O que é realmente um facto, é que o mês de Março se me distingue no duodécimo calendário, por ser um mês, quase sempre, declaradamente mau, raramente sofrível e quase nunca indiferente.

-César (o Júlio), teve pelo menos um adivinho que o alertou para os idos de Março e para os perigos que este fim de mês lhe traria. Não o escutou, talvez não fosse, como eu não sou, supersticioso, mas acabou por ser assassinado pelos seus amigos mais fiéis e até mesmo pelo seu filho adoptivo Brutus. A mim, cai-me apenas em cima a cada terceiro mês, muito daquilo que não desejava e que talvez não merecesse. Se acreditasse nos astros, culparia a sua conjunção nesta altura do ano; Se acreditasse nas coincidências, não culparia nada. Assim resta-me apenas culpar-me a mim, talvez por existir ou culpar o Março e esperar que passe depressa pois que os seus efeitos, dificilmente passarão.

-Mais uma vez o Março me foi aziago.

Rui


Nota: A ilustração não pretende exprimir nada, excepto a irritação profunda que este personagem me provoca. Poderia ser uma EMBIRRAÇÃO mas é In-Provavel.

sexta-feira, março 10, 2006

EMBIRRAÇÕES III













Cara Ministra:

-Somos um grupo de alunos de uma escola portuguesa que fica perto das nossas casas e que não está nada contente com esta coisa das substituições que tu andas a fazer. E que por isso decidiu escrever-te esta carta para que a leias e a guardes.
-Então é assim: O pessoal não está a ver bem qual é a tua ideia, se é que tens alguma, com esta cena das substituições. O que a gente a ver é que nos tás a lixar com uma limpeza do caneco. A escola agora parece uma prisão e nem tempo dá p’ra respirar. Os setôres vão para lá fazer um frete do caneco e tem tanta culpa como nós, de que queiras apresentar trabalho à sua custa para ficares bem na fotografia. Antes távamos sempre à espera de um “furo” para descansar a mona e curtir um bocado, mas assim já não é possível. Já não dá para interagir socialmente no recreio ou nos cafés da zona; não dá para jogar umas bilharadas ou trocar uns jogos e SMS’s. O meu Cóta, por exemplo, foi campeão de bilhar e aprendeu nos buracos das aulas a jogar e também conheceu assim a minha velha. Como queres depois que saibamos coisas acerca de sexo se não temos tempo para trocar umas ideias com os amigos? Mas se calhar somos nós que estamos mal informados, ? Depois podes fazer mais uma daquelas campanhas e mandar lá alguém a falar, que a gente finge que está interessado.
-Mas prontos, as substituições até podia ser se os pogramas fossem fixes, menos quadrados e mais modernos; Por isso cá vão umas sugestões. É assim: O Inglês por exemplo e o francês, são muita complicados. Isto de ter que entender como esses gajos pensam não interessa nada. Bastavam umas frases fixólas para o pessoal pedir uns cigarros ou cervejas, comer umas coisas numa pizzaria, entender os pogramas do PC e dar umas voltas. O resto não serve para népias.
-A matemática também está mesmo caducada! Tira os integrais, os numerais, os cardinais, as raízes quadradas, as equações de segundo grau, os conjuntos e já agora a trigonometria toda, menos os cenos, os escalenos e o “pi”, que isso é curtido de dizer e dá para fazer trocadilhos. Podes deixar a tabuada que a gente nem se importa se tiver calculadora. Aliás nem é bom que o pessoal saiba fazer bem contas, senão, já viste como ia ser na apresentação do orçamento de estado? Íamos topar logo as borradas todas.
-No português só lemos secas de gente já morta e quase nunca há figuras. Depois, aquilo da gramática é impossível de gramar. Que coisa, se nós nascemos em Portugal, é porque sabemos falar português; Deixa isso para os russos e ucranianos que não dizem nada que jeito tenha mas são curtidos à brava.
-Quanto à história nem dá bem para falar! Então tanto barulho por causa do Presidente da República e depois passam a vida a falar de reis? Não tem nada a ver…
-Bem vamos ficar por aqui para não te aborrecer muito que ar de enfastiada já tu tens. Porque se fossemos às Biologias, Físicas, ui, ui, ui.
-Mas a Geografia podes deixar, é sempre fixe saber que os Açores são Portugal e saber que tu não sabias.
-Vê lá se te lembras do que te dizemos, que mais dia, menos dia, as eleições estão aí e o pessoal já vai votar. E o teu emprego apesar de tudo até é fixe, não sei se s a ver a cena?

Prontos, fica bem!

quarta-feira, março 08, 2006

Mulher













-Ora bem, nada melhor do que o dia de hoje para fazer esta confissão: Gosto de mulheres!
-Gosto delas em particular e em geral. Aliás é um hábito que me vem de tenra idade. Comecei por gostar da minha mãe, logo a seguir da minha avó e depois fui gostando de muitas das mulheres que me entraram na vida e que nela, mais ou menos, permaneceram. Gostei das minhas professoras, das minhas colegas de estudos e gostei sobretudo de todas as que foram e algumas são ainda, minhas sinceras amigas.
-Não achei nunca que as mulheres sejam seres especiais, sobredotados de algum modo ou menos capazes do que quer que seja. Não são também com certeza, mais sensíveis ou mais frias do que são os homens. Não têm manhas, técnicas, tácticas, pensamentos, atitudes ou argumentações diferentes das dos homens, e se as têm são apenas fruto da sua evolução no contexto histórico-social.
-Não achei nunca e não o penso ainda hoje, que elas necessitem de quotas para participarem em qualquer campo da vida social, politica, ou laboral ou outro. Também não partilho a opinião contrária de alguns homens que temem os progressos que elas fazem em termos de carreiras de chefia a todos os níveis ou a sua preponderância no ensino superior; Para mim, isto não passa da regularização de uma situação, essa sim, de desigualdade e profunda injustiça que antes se verificava. Nada disto é mais do que evolução natural numa sociedade que se deseja igualitária.
-Não gosto de mulheres como quem gosta de uma obra de arte, mas como quem gosta de uma pessoa. Não devem, nem podem ser jamais, encaradas como um enfeite do mundo, como eternas vitimas da sociedade ou como se nela desempenhassem um papel com atribuições exclusivas de segundo plano. As mulheres, não devem ser nem “feministicamente” exaltadas, nem “marialvamente” desprezadas. As mulheres são seres humanos e apenas tanto quanto os homens o são. Essa é a característica que me faz gostar de mulheres em geral tanto como gosto dos homens e em particular (num único caso) mais, muito mais.

Rui

segunda-feira, março 06, 2006

Sampaio e a Casa Rosa









Presidente Ramalho Eanes, “O Carrancudo”

Presidente Mário Soares, “O Viajado”

Presidente Jorge Sampaio, “O Condecorador”


-
Jorge Sampaio termina agora o seu 2º e provavelmente ultimo mandato presidencial; Fá-lo do modo oposto ao modo como o exerceu, isto é: dando, o mais possível nas vistas; esforçando-se por visitar e aparecer em todo o lado e sobretudo, condecorando o maior numero possível de pessoas; umas merecidamente, outras nem por isso.
-Ao fazer este pequeno balanço da acção do ainda Presidente da República, nada de realmente importante me ocorre e esse parece ter sido o traço essencial da sua acção. Herdou, em bom andamento, o processou de passagem de soberania de Macau e a fundação do estado de Timor e em ambos interveio o estritamente necessário para não atrapalhar. Fê-lo no entanto, ainda a tempo de recolher alguns (poucos), louros e aparecer a verter algumas lágrimas; Umas, de saudade antecipada e outras de aparente alegria, coisa em que aliás é honestamente pródigo, que parece agradar ao povo e de onde não vem ao mundo qualquer mal.
-Recordo que no início da sua presidência, foi muitas vezes confrontado com a crítica de possuir um discurso denso e dificilmente compreensível pela maioria dos portugueses e nesse capítulo, fez algumas cedências, libertando-se de expressões rebuscadas e tornando o seu discurso mais fluente, menos emproado e mais perceptível. Recordo também com agrado, algumas intervenções e entrevistas feitas em inglês que qualifico como brilhantes do ponto de vista da oratória politica.
-
Jorge Sampaio ficará no entanto ligado indelevelmente a dois factos durante o seu “Magistério Politico”. O primeiro: o de ambos os seus associados profissionais, terem exercido funções relevantes a nível da justiça: Vera Jardim como ministro da justiça e Castro Caldas como Bastonário da Ordem dos Advogados. O outro facto foi o de ter aberto um precedente, se não perigoso, no mínimo estranho, para não dizer passível de suspeição de intenções na vida politica democrática, ao demitir o primeiro-ministro de um governo com apoio maioritário na AR. Para além disto apenas o facto de ter sido um presidente “generoso” no que diz respeito à atribuição de Ordens Honorificas em todos os graus. Isto, em rápida análise, retira-lhes alguma importância e algum do real significado que devem possuir como facto de real reconhecimento de méritos extraordinário e casos bem discutíveis existiram.
-Ficar-me-á a recordação de um homem emotivo e aparentemente sincero, empenhado e com muitas das características necessárias ao acto de bem-servir exercendo cargos públicos.

Se mais não fosse, resumiria estes dez anos de Portugal e da sua presidência como uma década. Apenas não sei bem como a qualificar, mas não lhe atribuo culpas de maior no que de essencial vai mal por cá.

Fico à espera, como sempre e como todos, de melhor.

Rui

Diálogos VII












-A felicidade dura dois minutos, a tristeza dura a vida toda.
-Já foste feliz?
-Já! Dois dias de uma vez e um de outra. Quase três…
-E depois?
-Depois? Depois, as dúvidas tomaram o lugar da felicidade e a hesitação o lugar da esperança. Foi tudo!
-Tudo?
-Tudo, tudo … não! Ficou a memória inesquecível, a saudade, a tristeza e a sensação de perda irreparável e depois… de novo a esperança.
-E isso… foi um momento feliz?
-Podes crer! O mais feliz dos momentos, se exceptuarmos algum riso que ouvi.

Rui

domingo, março 05, 2006

A LÁPIS













-Gosto de escrever a lápis.
-
Gosto do som que a ponta macia faz ao sujar o papel.
-Escrevi sempre muito a lápis, gastei incontáveis tubinhos de madeira com a grafite dentro em afiadelas consecutivas. Reduzi o tamanho a muitos lápis, ate serem pequenos demais para me caberem na mão; Guardo essas pontas numa caixa, não sei porquê, como guardo todas as inúteis recordações que guardo sem saber porque o faço.

-Recordo com saudável saudade o som entrechocalhante que os meus lápis faziam na sua caixa de madeira que usava na escola. O cheiro a madeira intenso quando deslizava a tampa. O cheiro das apáras em espiral que saíam do afia-lápis e o traço a engrossar a cada letra, até à afiadéla seguinte.

-Agora uso um porta-minas,com minas quase tão finas como cabelos, que de quando em quando tenho que empurrar para continuar a sujar o papel com as palavras cinzentas.

Rui
Sábado, 04/02

quarta-feira, março 01, 2006

Foi Carnaval










-Não gosto do Carnaval. Não gosto pelo menos, destes Carnavais.

-Não gosto destes figurões de telenovela e dos piores programas que as televisões vomitam, a servirem de Reis e Rainhas. Não gosto de ver as meninas semi-nuas a “bater o dente”, enquanto ensaiam uma triste imitação de samba para afastar o frio, sem deixar cair o sorriso de plástico com que pretendem fazer crer que se divertem. Irritam-me as farpelas em segunda mão, a imitar a opulência das verdadeiras escolas de samba. E que dizer das bandeiras brasileiras que se encontram a cada passo nos desfile? Das desafinadas baterias “sambisticas” que acham que bater em latas é o mesmo que fazer música? Dos carros alegóricos puxados por tractores à vista? Das ridículas cabeleiras de plástico dos “foliões” que sujam, chocam, borrifam e muitas vezes insultam, ainda por cima, quem pagou para ver desfilar semelhante “pinderiquice”?
-Tudo isto me parece ser um Carnaval pobre de meios, de imaginação, de gosto e de espírito. Uma tentativa fracassada de imitar e de copiar, sem ser capaz ou sem saber como. Um exemplo de fingimento e de “quem quer e não pode,” em nome de uma tradição que nada tem a ver com nada do que se vê.
-Apesar disso, não esqueço que ainda existem pessoas que se dedicam de alma e coração aos “corsos” da sua vila e cidade. Gente que trabalha gratuitamente em nome da festa durante o resto do ano e para quem o Carnaval é o culminar e a consagração de um esforço pessoal e de muita dedicação.
-O Carnaval no entanto, era popular e em casos raros ainda é. Recordo do velho e saudoso “Entrudo”: o ainda existente “Testamento do pai velho” no Lindoso, a “dança dos cus” em Cabanas do Viriato, o “almoço do grelo” na Chamusca, o Entrudo da Amareleja, os “caretos” de Lazarim e do nordeste Transmontano, a “cacada” de Podence. Nestes a brasileirice ainda não entrou.

-Uma coisa porem deve ser dita: as portuguesas mexem-se mais do que as brasileiras, se não pelo samba, pelo menos pelo frio.

Rui