sábado, setembro 24, 2005

New age








Antigamente a só os “tolinhos” falavam sozinhos pela rua ou no caso de serem bastante endinheirados, os excêntricos. Hoje toda a gente quer na rua quer no automóvel usa uma espécie de antena que lhe sai de uma das orelhas e mexe os lábios abrindo os braços em gestos largos. Várias vezes imagino que cantem ao som de uma música qualquer que cá fora se não ouve.

Hoje fazem-se férias com crédito que apenas termina depois de se contrair novo crédito para as férias seguintes. Paga-se a casa em trinta ou mais anos pagando duas ou três casas. Levam-se os meninos à escola ou ao colégio para que não andem de transportes públicos e pretende-se que lá fiquem todo o tempo possível por em casa serem empecilhos à vida organizada dos pais. É necessário ter telemóvel de ultima geração, ou dois, ou três. O carro está a ser pago, a equitação das crianças e o ténis e o piano também. Tudo é administrado com um esplendor falso e corrente. O cartão de crédito, esse, vai sendo administrado num cortejo de meses e prestações semelhante ao desfile de um funeral até ao local de definitivo repouso.