terça-feira, janeiro 03, 2006

Proibir


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-O recente debate nacional, aberto com a proibição de fumar em espaços cobertos em Espanha, veio de novo relançar a polémica acerca do tabaco e do proibicionismo.
-Como já se sabia, havendo força de vontade e não havendo cigarros é fácil deixar de fumar mas como não há fumo sem fogo, sempre quero ver como é que o governo vai descalçar a bota de restringir o consumo de tabaco e perder os largos milhões que os fumadores lhe entregam mensalmente em impostos tão ridículos como muitos outros que andam por aí.

-Se por acaso se proibisse o consumo de tabaco e já agora, o de álcool, desapareceriam as tosses e escarradelas e as borracheiras e pifos. Consequentemente, assim aliviados, os portugueses veriam as suas despesas diminuir e subir em flecha o nível de vida.
-Depois, poderia o Governo nacional restringir e mesmo proibir, o consumo de carne. Inicialmente, haveriam de existir protestos de produtores, talhantes, restaurantes e outros mal intencionados que não entendem que tudo seria em nome da boa saúde de todos. Mas logo diríamos: “Ainda me lembro quando andava “agarrado” à carne, coisas de jovem, mas agora estou “limpinho”!
-Com estas medidas, os portugueses finalmente aproximar-se-iam dos restantes países europeus.
-Era então a altura certa para atacar de frente e corajosamente, esse hábito que temos todos de consumir peixe, que como se sabe possui mercúrio, chumbo e outras várias substâncias nocivas. No primeiro ano apenas se comeria peixe no natal e noutras três ou quatro ocasiões definidas superiormente. Seria um processo lento mas eficaz, até que ninguém corresse já o risco de ficar com uma espinha entalada.
-Assim, libertos de mais uma praga, o povo começaria a estar com as finanças equilibradas e o risco de endividamento familiar com certeza desapareceria. Mas não basta, haveria que proibir outros terríveis vícios de que esta sociedade padece. Os transportes por exemplo. É sabido o quanto são poluentes e mortais em crimes de trânsito. Seriam proibidos todo o tipo de transportes públicos ou privados. Andar a pé reduziria ainda mais o risco de doenças cardíacas, para além de ser um excelente modo de poupar combustíveis e fazer baixar os índices de poluição. Aí, o nível de vida dos portugueses atingiria um patamar nunca alcançado. Estaríamos a par da Polónia, de Malta e quem sabe até mesmo da Grécia; sobretudo depois da proibição absoluta desses produtos nocivos que são os lacticínios.
-Devido a estas medidas de protecção da saúde e à consequente economia de meios e redução de despesas, Portugal poderia liderar o processo de construção da União Europeia.

-Depois tudo viria por acréscimo e de uma forma natural: o cinema, teatro, a música, a pêra rocha, o agrião – tudo pequenos vícios que lesam a saúde e se perdem facilmente, como se viu no caso do tabaco. E o problema da habitação também se resolve se demolirmos as casas e vivermos em comunhão absoluta com a natureza.

-Tudo é uma questão de rigor e força de vontade. Se todos colaborarmos o ordenado chega.

Em memória de PcM.

Rui

(este texto não pretende expressar com exactidão o meu pensamento acerca de qualquer assunto nele mencinado)

3 comentários:

Pedro disse...

Este é um assunto pertinente, mas fico-me por um pequeno apontamento: a liberdade de um fumador deveria acabar quando coloca em risco a saúde e o bem-estar do próximo...

Arruda disse...

Uma lei que restringisse o consumo do tabaco já deveria estar em execução, mas para isso é preciso que haja uma fiscalização forte e que o Governo deixe de contar com o dinheiro proveniente do tabaco.

Alien David Sousa disse...

No coments. Vai ler o que escrevi sobre as medidas do nosso governo quanto às salas de chuto e, a atitude e medidas em relação aos fumadores e, mais não digo.