-Quando passei a fazer parte da rotina diária da minha família, pensaram chamar-me Marcelo, mas ou porque já na altura existia um, ou por terem mudado de ideias acabaram por me nomear Rui.
-Tenho praticamente a certeza de que não existe uma cidade, vila ou aldeia, escola, escritório ou oficina onde não viva ou trabalhe alguém chamado Rui. Ao contrário do que acontece com os Josés, com os Manueis, com os Joãos e com os Pedros, os Ruis são apenas portugueses; Não conheço outra língua em que o nome exista com esta grafia. Em língua inglesa existe o Ray, e na francesa o Ruy, mas uma e outra apenas se aproximam em número de letras e no som inicial, o que são vagas e longínquas semelhanças.
-Sei também que em russo existe uma palavra cuja grafia desconheço mas cujo som equivale ao do nome Rui. O significado não o escrevo, por se tratar do mais forte “palavrão” português e também russo,... aquele que nas terras mais a norte, é usado como se de um ponto final se tratasse.
-No entanto sei que existem Marias Rui, o que não faz delas outra coisa que não Ruis femininos.
-Por vezes surgem-me ideias de criar um lobby, ou um clube apenas, de e com pessoas chamadas Rui. Seria apenas mais um lobby ou clube?
-Será que o nome que usamos toda uma vida, tem algo que ver como o modo como somos ou com tudo aquilo que nos acontece?
In Nomes Próprios, de Ana Belo (Arteplural, Lisboa) e Dicionário de Nomes Próprios, de Orlando Neves (Circulo de Leitores).