quarta-feira, junho 25, 2008

Ministro da Agricultura


Jaime Silva,
Ministro da Agricultura
a PAC e a sua caixa de nabos.


Ministro dos Nabos, Ministro Nabo, Pouco Ministro e muito Nabo ou apenas NABO?

-Já não é a primeira vez que este senhor tem comportamentos típicos de tubérculo. Já fugiu de manifestantes por portas traseiras, já evitou agricultores viajando em veículos não governamentais, já mandou pescadores irem queixar-se à Comunidade Europeia e já alterou horários de visita a feiras agrícolas para assim não se cruzar com aqueles a quem toda a sua função ministerial se destina.

-Já anteriormente comprovou ser capaz de prestar declarações “rançosas”, altivas e a raiar o insulto; Comprova agora a falta de diplomacia e tacto político ou a abundância de mau fígado.

-Assim se prova que para ser ministro da Agricultura e Pescas, não basta ter aspecto de “jovem agricultor”, “bronzeado de pescador”, atitudes de perfeito NABO e fazer cara de PEIXE aos problemas que se lhe colocam.

-Ontem, o “patrão Sócrates” veio a terreiro explicar que ele não dissera aquilo que havia dito.

-Hoje, foi a sua vez de tentar convencer-nos de que o que dissera não foi aquilo que lhe ouvimos dizer.


TEXTÍCULOS V



















MEDITAÇÂO
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-Já repararam como parecem meditativos, distantes e profundos os nossos polícias, quando na rua se encontram fardados e a sós?

terça-feira, junho 24, 2008

TEXTÍCULOS IV












VIOLINO

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Quando era pequeno era mais optimista.

Queria ser violinista e sabia que dez anos, além da vida toda, eram apenas para aprender. Tinha que resistir.

Compraram-me o violino e as aulas. Seis meses depois ainda resistia.

A família já não.

sexta-feira, junho 20, 2008

terça-feira, junho 17, 2008

Noticiário IN-PROVAVEL:





















Noticiário IN-PROVAVEL:

CAMARA MUNICIPAL DE LISBOA

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa acaba de anunciar uma redução de quadros no departamento jurídico da edilidade. Tal facto, que pode representar uma poupança na ordem dos 400 mil Euros mensais, deve-se sobretudo ao facto de José (Zé) Sá Fernandes, que agora ocupa um cargo de vereação, ter deixado de interpor semanalmente uma “Providencia Cautelar” apenas porque podia.
Como resultado, nove décimos dos juristas ao serviço do município ficaram livres para as actividades normais de uma Câmara Municipal.

NOVO CARTÃO

O governo anunciou ontem a intenção de apresentar na próxima semana, um novo cartão emitido pela Secretaria de Estado dos Transportes e pelo Ministério da Administração Interna.
Os destinatários serão todas as vítimas de “carjacking” e os primeiros exemplares serão simbolicamente atribuídos aos residentes nas Berlengas.
Entre outros benefícios, o novo cartão dará direito à utilização de um qualquer veículo (independentemente da vontade do proprietário do dito) e a futura participação em “Salas de Carjacking” que poderão ser criadas brevemente.

DÍSTICOS PARA GOVERNANTES

Proximamente irá ser votado na AR um projecto-lei que irá instituir a atribuição de “dísticos” de diversas cores a atribuir aos governantes consoante a sua eficácia governativa. Os dísticos serão assim classificados: Vermelho: Excelente;

Azul: Assim-assim;

Verde: Já houve melhor;

Amarelo-esverdeado: és mesmo nódoa.

Trata-se, ao que apurámos, de uma medida pouco dispendiosa já que todos os dísticos serão da mesma cor: castanho–merdoso.

DIRECÇÃO GERAL DE CONTRIBUIÇÕES E IMPOSTOS

Anunciou hoje, pela voz rouca do secretário de estado da pasta, que ira passar a publicar mensalmente na sua página da internet, uma listagem actualizada de todas as empresas que encerraram ou que estão em vias de o fazer por falta de pagamento de dívidas do Estado.
Nesta listagem serão incluídas as empresas que detinham dívidas à Segurança Social em montantes muito inferiores ao que lhe era devido pelo aparelho governativo e que mesmo assim foram forçadas a encerrar, lançando assim trabalhadores nos cursos de “Novas Oportunidades” e “Formação Ocasional” para disfarçar os reais números de desemprego.

MINISTÉRIO DA SAÚDE

A “nova” ministra da saúde, acaba de tornar pública a intenção de tornar possível a todas as parturientes do interior e Alentejo que passem a dar à luz através da Internet. Esta medida anunciada entre dois silêncios comprometedores e três visitas não divulgadas à comunicação social, pretende evitar os partos em ambulância ou em Espanha. Foi também anunciada uma plataforma informática para combater doenças súbitas e os acidentes. Estas ocorrências, deverão passar a ter lugar, apenas on-line e em horário condizente com a existência de meios de transporte do INEM.

sábado, junho 14, 2008

E AGORA EUROPA?













O NÃO da Irlanda ao Tratado de Lisboa


Não há plano "B". Não foram equacionadas alternativas. Não existem outros modos de ultrapassar o NÃO irlandês?

É pena! É francamente pena, pois este tratado poderia permitir à Europa o passo em frente que sempre tem faltado dar em situações que requerem decisões céleres e eficazes. É pena, pois o tratado iria reforçar o poder do voto dos europeus os poderes do Parlamento Europeu. Finalmente é pena pois é uma vez mais o adiar da Europa. Ou ainda pior, pode muito bem vir a significar o início do já célebre "avanço a duas velocidades".

De realmente surpreendente apenas o facto de ter sido o país que mais beneficiou com a sua entrada na Comunidade quem deu esta nega ao tratado.

Existem muitas formas de dizer SIM à Europa. Pode ser-se europeísta discordando da forma e/ou do conteúdo desse pensamento único que nos querem impingir. Pode ser-se europeísta pensando e discordando e isto apenas porque a Europa (tal como a penso) não é um Estado mas uma Federação de países com interesses comuns, com desavenças sanáveis e com capacidade de desempenhar um papel importante a nível mundial.

Não, não sou anti-Europeu, nem sequer sou anti-o-que-quer-que-seja. No entanto, por coincidência, embora não acredite nelas, a cada tratado a nossa situação piora. A culpa não é da Europa e sob o ponto de vista puramente politico, sou favorável a este tratado e não o era à anterior tentativa de Constituição Europeia. Mas sou favorável a que seja referendado. Porquê? Por ser esse o único meio de reunir o consenso de que tal “acordo reformista” necessita para que efectivamente seja credível, represente efectivamente os cidadãos europeus e estes se sintam por ele representados. No entanto, os partidos políticos de charneira, assustados com os anteriores “chumbos” da França e da Holanda à tentativa de “Constituição Europeia”, procuram impô-lo como facto consumado.

E eis agora o resultado… de novo!

E agora Europa?

sexta-feira, junho 13, 2008

Conselho de Prevenção da Corrupção











CORRUPÇÃO

Li com atraso de semanas, um inquérito feito a 300 portugueses em que a corrupção é apontada como um dos grandes males nacionais a eliminar.

Fiquei chocado. Então não é que querem acabar com uma das mais importantes tradições culturais lusas?

O clientelismo, a “cunha”, as influências, e o “favorzinho”, são, a par com a “arte do desenrrascanço”, a técnica da lamúria e a alternância súbita entre pessimismo absurdo e optimismo incoerente, algumas das mais arreigadas tradições nacionais.

Estranhei que se não tivessem levantado todas as costumeiras vozes de defesa da tradição. Os que se manifestam, sempre que uma fachada representativa de nenhuma época ou estilo está para ser demolida; Os que confundem património com ruína e inovação com aberração. Incompreensivelmente, desta vez ninguém se encerrou num edifício, ninguém se algemou a grades, não correram abaixo-assinados, não choveram e-mails desesperados nem sms’s e nem sequer houve um “prós e contras”.

Será que está tudo doido ou apenas distraído com o futebol?

Que seria deste pobre país? Que seria dos gestores de empresas públicas e semi-públicas, dos assessores, dos chefes de gabinete, de alguns presidentes de câmara ou de clubes; De muitos empresários, dessa imensidade de juristas especializados em contornar as leis e os prazos, de tantos fiscais, directores de compras e aquisições, de muitos jornalistas e da doutora Maria José Morgado?

Que seria se esta, tão arduamente preservada, tradição se finasse de repente?

Depois… serenei. O tal estudo, sondagem ou inquérito foi feito a apenas 300 pessoas. Tenhamos calma, mais de um terço eram os mesmos deputados do PS que mandaram “às malvas” o relatório da Comissão de Prevenção da Corrupção de João Cravinho e o próprio Cravinho para o desterro doirado e silencioso na Europa.

Ontem, aprovaram um Conselho de Prevenção da Corrupção, mas podia ser uma Comissão ou um chá dançante. Logo hão-de com certeza, chover “cunhas” e pedidos para um “tachito na Comissão”.

Depois dos amigos satisfeitos, tudo há-de continuar do modo do costume e não teremos a recear a perda dessa jóia da tradição nacional. Está nas mãos correctas e nas carteiras também… será preservada com toda a certeza.

quarta-feira, junho 11, 2008

Cavaco, 10 de junho, Camões e dia da raça













DIA DA RAÇA

Muita gente da geração do Dr. Aníbal Cavaco Silva cresceu ouvindo referir o dia 10 de Junho como sendo o Dia de Portugal, da Raça e de Camões. Por uma simples questão de resumo, de uso vulgar ou apenas hábito, o dia tornou-se conhecido como “dia da raça”.

No afã revolucionário pós 25 de Abril, substitui-se (como é vulgar nos períodos pós revolucionários) tudo o que de um qualquer modo pudesse recordar o passado recente. Mudaram-se nomes de ruas, praças, pracetas e vielas. Alteraram-se as designações de pontes, caminhos de cabras, bairros operários e Escolas. Derrubaram-se estátuas e ergueram-se outras que se derrubaram depois.

Tudo isto, não passa de folclore para quem tenha dois dedos de testa. Ainda que folclore compreensível à luz da situação que então se vivia mas apenas folclore se visto desde a perspectiva actual.

O Dia De Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas mais não pretende do que exultar e relembrar o papel de Camões na cultura nacional e universal; A acção positiva dos portugueses pelo mundo fora. A sua influência para o desenvolvimento nacional e para o dos países em que se inserem como cidadãos. Por fim, pretende recordar o facto de Portugal existir contra tantos ventos e marés da história e relembrar as marcas que nela e no mundo imprimiu.

Recordo uma altura em que palavras como: comunismo, liberdade de expressão igualdade e esquerda, eram pouco menos do que proibidas e uma outra altura (imediatamente posterior) em que nacional, nação, pátria e mesmo Portugal quase foram banidas do uso comum. A mesma época em que as bandeiras não eram hasteadas nem sequer nos edifícios estatais e as que o eram, estavam rasgadas, sabujas e desbotadas até à exaustão; O hino nacional não podia ser cantado e os mais novos já o não sabiam.

Entristeceu-me hoje, constatar que ainda há quem confunda palavras com ideias e ideologias; Quem veja nas palavras mais simples, formas de pensamento; quem as tema e quem por detrás de uma falsa defesa de outras ideias, condene outro alguém que seja, apenas por simples palavras. Especialmente numa altura como a actual em parece faltar a lucidez à classe politica, para resolver os problemas existentes e para não criar outros novos.

Lamento que ainda existam autênticos “Velhos do Restelo”, ainda que sejam “novos velhos do Restelo”.

Razão tinha “o outro” quando dizia que os revolucionários de ontem serão os conservadores empedernidos de amanhã. A história repete-se…

Quanto à “raça”, eu tenho uma: a “Raça Humana” e não me venham dizer que estou errado por não ter escrito “Espécie”.

terça-feira, junho 10, 2008

TEXTÍCULOS III









LIXO

Quando os erros de uma geração de ministros se reflectem no futuro da geração seguinte à sua, os seus críticos podem considera-los erros graves, incompetência ou imbecilidades.

Quando porém, o disparate é cometido na esfera da Educação e este exorbita para lá da primeira geração afectando as seguintes; Já não é apenas um erro político, mas uma ficção destinada a manter o poder à custa do futuro de milhões. Quando é apenas uma ficção política, destrói a eficácia, os direitos e invade acintosamente a esperança, chama-se “CRIME POLITICO”.

sexta-feira, junho 06, 2008

Textículos II












NOVAS OPORTUNIDADES

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Acabo! Sim acabo.
Acabo de ver, porque a minha razão me mandou mudar de canal. Porque o mínimo do bom senso que me resta me GRITOU que mudasse de canal. Porque o que me resta de boa educação me impediu de insultar o Governo, a ministra da educação, os secretários de estado, a televisão e o canal 2. Porque a inteligência que fui adquirindo ao longo de anos de esforço e de treino mo impôs.

Pôrra (e não peço desculpa, devia dizer bem pior)! Mas que raio de futuro querem dar a alguém? Que equivalência é esta? Que paródia de ensino e habilitação estão a dar no fim da fila dos imbecis e dos que se nunca esforçaram para nada? Que MERDA pretendem ensinar a quem nunca teve capacidade para aprender o que quer que fosse, por pura incúria, incapacidade, irresponsabilidade ou preguiça?

Eu Explico:
Acabo de ouvir (pior, ver e ouvir) falar de um curso que confere habilitação equivalente ao 12º ano no qual os curricula constam de três tipos de instrução prática (apenas prática) a saber:
- Escalada;
- Deslizar por um acorda (cabo);
- Canoagem em águas, pouco mais que, paradas;

Resultado – Curso de “Técnico de Animação Turística” com equivalência ao 12º ano e possibilidade de acesso ao Ensino Superior!

Declaração de uma das “vítimas”:
“Estava para ir para humanidades mas aquilo era muito complicado e tinha muita teoria. Aqui achei melhor!”

Pudera….

Nota:

Tenho mais horas, conhecimentos (teóricos e práticos) e anos de prática de qualquer uma destas actividades do que qualquer dos futuros “Técnicos de Animação Turística” em causa. Não falo sequer dos seus “formadores”!
Tenho vergonha e posso bem com as falsas estatísticas que me querem meter pelos olhos dentro.

Um país, nenhum país faz evoluir a sua educação ou as competências dos seus cidadãos deste modo.

quinta-feira, junho 05, 2008

Textículos I









Textículos I

-A nova geração herdou dos pais a vontade ser melhor. O desejo de uma vida melhor do que a dos seus pais, melhor do que a dos seus avós. Alimentaram-na com papas nutritivas e vitaminadas. Vestiram-lhe fraldas descartáveis com grande capacidade de absorção. Untaram-na com loções protectoras. Desinfectaram-na, vacinaram-na e mantiveram-na longe de focos de infecções por razões de saúde.
-Levaram-na à escola todos os dias e foram busca-la sempre, por razões de segurança.
-Ensinaram-lhes que o Amor era uma reacção química algures no cérebro, que os valores são mutáveis, que o homem é a medida do mundo e que a vida, ela própria, possuía o valor de uma causa.
-Disseram-lhes que a Liberdade era a mais bela de todas as coisas e que a teriam porque já fora conquistada. Disseram-lhes que os direitos eram inalienáveis; que o progresso era natural; que o bem-estar era uma exigência e que a Economia servia o homem. Ensinaram-lhes que tinham que ser competitivos, especializados e ambiciosos.
-Ensinaram-lhes o que era o progresso, a tecnologia e pior do que isso, ensinaram-nos a ter esperança.

-Agora admiram-se com as neuroses, as obsessões, os complexos e depressões. Espantam-se com os violentos, os desajustados os complexados e com o modo como eles se comportam.

quarta-feira, maio 28, 2008

Futebol Euro 2008 Selecção Nacional














Futebol Euro 2008 Selecção Nacional

Gosto de Futebol. Mas sem exageros. Tenho um clube favorito. Mas sem exageros.

Se empata, não perco tempo a pensar nisso porque sei que não foram capazes ou suficientemente bons para ganharem. Se perde, perco o mesmo tempo e concluo que ou os outros foram melhores, tiveram mais sorte ou mais capacidade. Nunca penso que tenha sido culpa da arbitragem.

Quanto à Selecção Nacional, qualquer Selecção, a história é outra. Vibro, vivo, salto, esmurro e urro. Um erro vale um epíteto; O árbitro, está sempre de má vontade, persegue-nos, não entende nada de futebol e é filho de mãe incógnita. Os adversários fazem mais faltas do que aquilo que jogam, um corte de bola é falta, um contacto com o nosso jogador é motivo para um cartão amarelo… ou dois e uma rasteira a meio campo é “penálti” óbvio.

Sinto-me tenso uma hora antes do jogo como se fosse eu a entrar em campo e por vezes, dou por mim a fazer “prognósticos” e a falar um “futebolês” quase perfeito sem sotaque de bom senso algum. A cerveja sabe mil vezes melhor, o fumo do cigarro entra-me nos olhos e faz com que fiquem lacrimejantes, quase sempre ao ouvir o hino nacional.

Gosto daquela alegre magia que nos enche quando um jogador dos nossos mete a bola na baliza dos “outros”.

O que eu já não gosto é da informação acessória que as televisões me impingem de manhã à noite e em cada serviço noticioso. Dizem-nos quase tudo acerca de tudo o mexa nas imediações. Quem está, quantos são, o que vestem e de onde são. Não há parvalhona ou parvalhão que não seja entrevistado pelo repórter enviado ao local. Todos têm cachecóis de mil feitios diferentes a dizerem Portugal. Todos se embrulham em bandeiras nacionais que maltratam como se fossem rodilhas de loiça. E quando o “jornalista” esgota a matéria para “encher os chouriços”, lá vêm as criancinhas (tão giras…) que só conhecem o Ronaldo, a dizerem que é o “mais melhor do mundo”!

Entrevista-se o dono do pronto-a-vestir que fica a 20 quilómetros que pôs uma bandeira no manequim; O ti Joaquim que tem (na horta) tomates vermelhos e feijão verde; A dona Miquelina apenas porque sim e o Zé “borrachóla” apenas porque não. Lá aparece o Dr. Fernando Ferreira Faria Fernandes a discursar acerca da importância da aerodinâmica da bola e da consistência do relvado para a “tribéla” (ou trivéla) do …

Entrevistam-se as mulheres dos jogadores, os pais e avós, a primalhada toda e aquele tipo que já o não vê há mais de 10 anos mas que lhe abriu a cabeça com um pontapé durante um jogo da paróquia aos 7 anos.

Entrevista-se o motorista da camioneta, o cozinheiro, o aparador de relva, o director do hotel, a camareira, o mini-bar, o porteiro e por que não a própria porta do hotel?

Depois vêm as ementas, dos jogadores; O que fazem nos tempos livres, se jogam às cartas ou bilhar; Se bebem leite ou sumo, se foi carne ou peixe, massa ou arroz. A que horas acordaram e quando calçaram as chuteiras.

Espero ainda com maior das ansiedades que mais dia, menos dia, fiquemos a saber a que horas arrotou o Simão Sabrosa; quantas vezes vai o Ricardo Carvalho ao WC por noite ou de que cor são os boxers do Nani.

segunda-feira, maio 26, 2008

sexta-feira, maio 23, 2008

MEMÓRIA












MEMÓRIA

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-Tenho experimentado ultimamente alguns problemas com a memória. Esqueço-me com frequência de onde coloco os objectos de que preciso, Esqueço as datas de aniversário de quase toda a gente incluindo a minha. Por vezes não me recordo de que não uso óculos e procuro-os pela casa toda até que me canso. Outras vezes, esqueço-me de dormir e passo os dias, cheio de sono sem me lembrar porquê.

-Á poukus diaz esqussi-me de kmo cê eskrvia kuando etva a envear 1 msagem no tlmovel. Flixment ningem nutou nda.

-Tenho a convicção de que isto já dura há muitos anos, porque nem sequer me lembro de ter nascido e as primeiras recordações que tenho, são de uma casa de onde saí antes dos dois anos de idade. Não me lembro de ter aprendido a andar ou a falar e no entanto falo e ando.
-Alguns amigos dizem-me (quando me esqueço da idade que tenho) que isso é típico das senhoras mas francamente não me recordo da razão porque o dizem.

-Ultimamente, quando oiço o preço da gasolina ou de alguns bens essenciais, fico muito admirado. Quando vejo as péssimas condições de vida de muita gente abro a boca de espanto; Quando me dou conta daquilo em que este país se transformou em poucos anos arregalo os olhos até me doerem. Que diabo, como posso eu não me lembrar de Portugal ter passado a ser um país do terceiro mundo?
-É que francamente não me lembro de ouvir o actual primeiro-ministro (que me dizem ser engenheiro, embora não me lembre disso) prometer o aumento do desemprego mas sim a criação de milhares de empregos. Não me recorda absolutamente nada que tenha prometido destruir o sistema de ensino e de saúde, de instalar portagens onde as não havia antes ou de o ter ouvido a garantir uma cada vez pior redistribuição da riqueza gerada.

-Mas cada vez mais me espanto menos; É que também havia esquecido que alguns políticos são capazes de todas as “facinorices” para chegar ao poder e depois, esquecem-se eles próprios, de tudo o que disseram.

-Apesar de ser esquecido não sou estúpido de todo e não me vou esquecer nunca de muita coisa como estas.

segunda-feira, maio 19, 2008

Canção de Embalar






















SEMPRE

Boa noite meu Anjo é tempo de fechar os olhos e deixar as perguntas que ainda não fazes para amanhã. Penso mesmo que eu ainda consigo, ler-te nos olhos que entendes tudo aquilo que eu te digo. Prometo estar sempre contigo e que onde quer que tu vás, saberás que estarei eu sempre perto de onde tu estás.

Boa noite meu anjo é tempo de dormir. Tenho ainda tanto para te dizer. Lembra-te das canções que sempre eu te cantei. Para mim, já é tempo de ir. Navega nos meus braços até adormecer que ao acordares aqui estarei. As tuas águas serão agitadas e profundas. Mas neste coração antigo que com a tua existência inundas ao adormecer, existem esperanças profundas da tua felicidade simples de ser.

Boa noite meu anjo, agora é tempo de sonhar e quando um dia distante, uma criança nos teus braços acordar, canta-lhe uma canção assim. Então serei uma parte tua como tu és sempre a maior parte de mim.

Um dia, como nós também esta canção há-de passar. Mas enquanto houver uma criança que acorde e alguém que lhe cante uma canção de embalar para ela adormecer, há-de ser no seu coração que nós os dois havemos sempre de estar e para sempre viver.


Yur Adelev

quinta-feira, maio 15, 2008

SOCRATES, FUMO, TAP






















Ele, sem vergonha!
TAP, sem respeito!
Eu sem surpresa e sem comentários!

domingo, maio 11, 2008

Terra de cegos











Terra de cegos

Quando vi (e ouvi) o Senhor bastonário da Ordem de Todos os médicos e o senhor presidente do Órgão Corporativo que abrange os nacionais-oftamologistas, a alertar os cidadãos acerca dos perigos “terríveis” de serem operados em Cuba, não pude deixar de sorrir o mais amareladamente possível.

Todos, TODOS, sabemos quem sempre se opôs à abertura de mais cursos de medicina. Sabemos que a consequência imediata foi a inflação das notas de entrada nas actuais faculdades. Sabemos que os únicos beneficiados foram os médicos em geral e que os prejudicados fomos TODOS NÓS em geral e particular!

Temos TODOS consciência que hoje em dia não é médico quem possui real vocação para o ser, mas sim quem possui todos os meios necessários para obter as notas de ingresso na Faculdade de Medicina. Conhecemos quem beneficiou e beneficia com tais práticas; Quem, entre todos os recém-licenciados, tem emprego garantido no final do curso superior. Sabemos quem se recusa a “migrar” para o interior do país, a fim de prover as vagas de especialidade que aí existem e sabemos que o não fazem porque a medicina privada no litoral e nos grandes centros habitacionais é muito mais abundante e rentável.

Nunca vi médico algum (excepto uns em Coimbra e alguns amigos que tenho) preocupados com as “Listas de Espera” perfeitamente terceiro-mundistas que afectam o nosso Sistema Nacional de Falta de Saúde! Essas mesmas listas são a garantia de trabalho num qualquer possível ano de crise. A garantia de expansão dos protocolos entre o Estado e indústria privada da Saúde. A obrigação que se não cumpre no sector público e que rende ouro no privado. O esforço que se não faz e o lucro que se procura.

A imagem de impunidade na má prática de actos médicos é a que mais circula. A ideia de omni-poder por parte da classe médica é constante em cada português médio e em cada doente, a par com a imagem de ineficácia e de trapalhada com que se vive (e morre) em todos os hospitais.

Dizer que tudo não passa de um problema politico é a mãe de todas as desculpas; É como querer retirar do “capote” todas as gotas de água que alimentaram a sua sede e o afogamento de outros.

terça-feira, maio 06, 2008

A Horta da Democracia













A Horta da Democracia

-Faz muito tempo, que nesta horta peninsular mais chegada ao lago Atlântico, apenas havia uma árvore frondosa e verde que dava sombra ao solo, frescura a quem sob ela decidia abrigar-se e alimento e protecção a todos. Chamavam-lhe árvore do Estado Democrático Livre e Justo. Essa árvore crescera a custo, demorara a ganhar alento, a espalhar os seus ramos e a abrir as suas folhas. Aliás, ainda não estava e talvez não estivesse nunca, suficientemente crescida, mas lá ia medrando.

-Um dia, o hortelão encarregado de a regar com o suor de muita gente, decidiu deixar que à sua sombra crescessem outras plantas. Vieram então os gordos repolhos ex-presidentes, as couves pencudas ex-ministras, as abóboras que rolavam de partido em partido, as melancias ecológicas (verdes por fora e vermelhas no interior), os nabos dos ministros, a pimpinela socrática e outros vegetais cujo colorido de inicio alegrava a visão daquela horta.

-Os cheiros e aromas das saladas e das sopas espalhavam-se pelo ar e com eles (e por eles) foram atraídos os pulgões, as lesmas, as lagartas e toda a restante bicharada que vivendo à sombra da árvore sempre se tinham encolhido nos seus buracos escuros.

-A pobre árvore bem tenta abrigar a horta, mas os ácaros sugam-lhe a seiva, os corvos defecam-lhe nos ramos e os ratos ávidos roem-lhe as raízes.

-Entretanto, o velho hortelão, agora cego pelas cataratas, ruma a Cuba para ser operado depois de seis anos a aguardar numa interminável lista de espera sem resultado algum.

quinta-feira, maio 01, 2008

FERIADOS NACIONAIS À PORTUGUESA











-Os portugueses são por excelência o povo europeu com maior espírito de contradição para com os feriados, Ora vejamos:

1 de Janeiro - ANO NOVO – Celebra-se o primeiro dia do novo ano. Por cá ainda estamos a pensar naquilo que teremos feito ano anterior: sonegámos o suficiente nos impostos? Será que escapámos às multas todas? Esquecemos um dia de férias ou usámos todas as faltas permitidas por lei? O que se passou depois do primeiro brinde às 11 da noite? Como foi que chegámos a casa? Como apareceu aquela nódoa negra? Quem pagou a conta? Quem era a morena bonita com quem tomamos o pequeno-almoço?

CARNAVAL - Por todo o lado, toda a gente parece andar disfarçada de qualquer coisa. Por cá, usamos a cara de pau de todos os dias; o mesmo sobrolho carregado a pensar nas contas até ao fim-de-mês; o mesmo ar carrancudo de quem não sabe o que é uma promoção ou um aumento desde há muitos anos; as mesmíssimas “trombas” de quem não vê nada que sendo novo seja melhor.

PÁSCOA – Altura de meditação para todos. Para nós é tempo de férias na neve, no Algarve, no Brasil, Cuba ou noutro destino qualquer que não podemos pagar.

25 de ABRIL (dia da liberdade) – Somos capazes de ser detidos por um policia qualquer, apenas porque por ser dia da liberdade, decidimos alimentar os pombos na praça ou por fumar um belo charuto no restaurante favorito e insultar o agente que nos chamou a atenção. Nada como “ir dentro” no dia da Liberdade!

1 de Maio (Dia do trabalhador) – Talvez alguns estejam de serviço neste dia e amaldiçoem a contradição de trabalhar no dia que por excelência deveria ser de descanso. Todos os outros que se encontram livres, lamentam o facto de não haver que trabalhe no dia que celebra precisamente o trabalho. “Irra um tipo quer ir ao hipermercado e nada, quer fazer compras, nada… Porra, está tudo fechado neste dia? Já ninguém trabalha?”

10 de Junho - DIA DE PORTUGAL – C’um Canéco! Vem mesmo a jeito este dia de Portugal para dar um salto ao lado de lá da fronteira; Comer bem e mais barato, fazer umas compras para as férias que se avizinham, abastecer a dispensa (que lá é mais barato) e sobretudo encher o depósito do carro que já nem sabia o que era estar cheio há muito! Dia de Portugal… Viva Espanha!

1 de Dezembro (Dia da independência) – Grande Feriado pá!
Logo de manhã depois do litro de café e dos primeiros três cigarros, corremos de bicicleta em volta do bloco. Cruzamo-nos com os “ganzados” todos da vizinhança encostados às esquinas e com a garotada que chega da discoteca com a garrafa de água na mão, os olhos injectados e ainda a curtir os speeds da noite. Sentamo-nos ao computador a surfar na net e cerveja após cerveja esperamos a hora de sair com os amigos para apanhar uma carraspana das antigas!

NATAL – Época de dádiva? Como? Todos os anos os presentes que ofereço são melhores e mais caros do que as tralhas que me dão a mim. Sempre as mesmas peúgas da Tia Nanda, o mesmo desodorizante e after-shave do primo Alberto, o mesmo “uísque marado” do António a mesma desculpa do Alberto. P´ró ano vão ver o que lhes dou! Dádiva uma ova!