quarta-feira, junho 11, 2008

Cavaco, 10 de junho, Camões e dia da raça













DIA DA RAÇA

Muita gente da geração do Dr. Aníbal Cavaco Silva cresceu ouvindo referir o dia 10 de Junho como sendo o Dia de Portugal, da Raça e de Camões. Por uma simples questão de resumo, de uso vulgar ou apenas hábito, o dia tornou-se conhecido como “dia da raça”.

No afã revolucionário pós 25 de Abril, substitui-se (como é vulgar nos períodos pós revolucionários) tudo o que de um qualquer modo pudesse recordar o passado recente. Mudaram-se nomes de ruas, praças, pracetas e vielas. Alteraram-se as designações de pontes, caminhos de cabras, bairros operários e Escolas. Derrubaram-se estátuas e ergueram-se outras que se derrubaram depois.

Tudo isto, não passa de folclore para quem tenha dois dedos de testa. Ainda que folclore compreensível à luz da situação que então se vivia mas apenas folclore se visto desde a perspectiva actual.

O Dia De Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas mais não pretende do que exultar e relembrar o papel de Camões na cultura nacional e universal; A acção positiva dos portugueses pelo mundo fora. A sua influência para o desenvolvimento nacional e para o dos países em que se inserem como cidadãos. Por fim, pretende recordar o facto de Portugal existir contra tantos ventos e marés da história e relembrar as marcas que nela e no mundo imprimiu.

Recordo uma altura em que palavras como: comunismo, liberdade de expressão igualdade e esquerda, eram pouco menos do que proibidas e uma outra altura (imediatamente posterior) em que nacional, nação, pátria e mesmo Portugal quase foram banidas do uso comum. A mesma época em que as bandeiras não eram hasteadas nem sequer nos edifícios estatais e as que o eram, estavam rasgadas, sabujas e desbotadas até à exaustão; O hino nacional não podia ser cantado e os mais novos já o não sabiam.

Entristeceu-me hoje, constatar que ainda há quem confunda palavras com ideias e ideologias; Quem veja nas palavras mais simples, formas de pensamento; quem as tema e quem por detrás de uma falsa defesa de outras ideias, condene outro alguém que seja, apenas por simples palavras. Especialmente numa altura como a actual em parece faltar a lucidez à classe politica, para resolver os problemas existentes e para não criar outros novos.

Lamento que ainda existam autênticos “Velhos do Restelo”, ainda que sejam “novos velhos do Restelo”.

Razão tinha “o outro” quando dizia que os revolucionários de ontem serão os conservadores empedernidos de amanhã. A história repete-se…

Quanto à “raça”, eu tenho uma: a “Raça Humana” e não me venham dizer que estou errado por não ter escrito “Espécie”.

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