quinta-feira, fevereiro 22, 2007

MEDO












-O medo é algo mesmo muito complicado. Alem do mais, nós seres humanos, não parecemos estar bem preparados para lidar com o medo sem perdermos, quando o sentimos, quase toda a nossa compostura e dignidade. Quando à noite, por exemplo, ouvimos um ruído estranho e acto contínuo cobrimos a cabeça com o lençol, o edredão ou os cobertores, que raio estamos nós a fazer? Será por acaso o lençol à prova de bala? Se por acaso fosse alguém com uma faca, esta não atravessaria os cobertores? Quantos de nós nunca (já em idade adulta) demos por nós a espreitar para debaixo da cama? Que estamos ali, de fundo das costas para o ar, a fazer? E se estivesse mesmo alguém lá? Será que diríamos algo como: “Ora então muito boa noite, como está?” Tal como quando nos encontramos de noite num local estranho e ouvimos um ruído mais forte e perguntamos em alta voz: “Está aí alguém?”. Bolas se realmente alguém se aproximasse sorrateiro para nos fazer mal iria responder?
-Que nos passa pela cabeça quando viajamos ao lado de um condutor acelera e este decide que é piloto de Formula 1? Simples, afundamo-nos no banco e agarramos com toda a força aquela “pégazita” de plástico por cima da porta. Aí sim, estamos seguros e se ele quiser bater de frente a 180 ou 190 quilómetros/hora já não temos qualquer problema.
-Lembro-me que em miúdo, numa descida acentuada, a minha bicicleta ficou sem travões e não parava de ganhar velocidade. Nessa altura que fez este ser inteligente? Claro está que tirei os pés dos pedais, como se isso me fizesse abrandar e só não larguei o guiador não sei bem porquê. Estaria eu à espera de levantar voo como se levasse comigo o ET?
-Uma altura em que percorria uma rua sem iluminação, por causa de obras que aí decorriam, cruzei-me com um homem que segurava firmemente um guarda-chuva na mão direita. Chovia e realmente o cenário era mais apropriado a um filme de terror do que ao centro de uma cidade moderna. No preciso momento em que nos cruzávamos no passeio, espirrei. Foi aí que o pobre homem soltou um grito e se atirou descontrolado contra a grade de uma ourivesaria fazendo tocar o alarme. Foi divertido ouvi-lo explicar à polícia como tinha escorregado sem motivo.
-Que dizer também da reacção estúpida que é a de ficar “congelado” a meio de uma passadeira porque um carro vem direito a nós? Porque não corremos para o passeio?
-Outra muito estúpida reacção é a de gritar quando o óleo de uma frigideira se incendeia. Há dias atrás aconteceu em casa de um casal amigo, ela gritava e ele juntou-se-lhe a gritar palavrões. Enquanto eu procurava uma tampa para “abafar” as chamas, dei por mim a pensar que se alguma vez os bombeiros descobrem esse método de apagar chamas, temos o problema dos fogos resolvido mas com certeza as nossas matas seriam um desassossego enorme, impróprio a menores e pessoas sensíveis.

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