-Recentemente existiu uma ocupação de uma estrutura cultural na cidade do Porto.
-Chamei-lhe “estrutura cultural” e não teatro porque é assim que as actuais figurinhas da culturinha portuense gostam de falar e denominar na o que na realidade se chama Teatro Municipal Rivoli.
-E quem são estas figurinhas?
-Para começar são os “papa-subsidios”. Aqueles que não conseguem levar à cena peça que tenha mais de 30 espectadores por representação: O que não seria mau, mas ainda assim 10 são amigos colegas, namoradas e amigos delas que entram gratuitamente, 5 são jornalistas da área cultural e apenas dez são incautos espectadores que levados pela curiosidade verdadeira ou fingida lá vão assistir a uma espécie de performance que poderia ser representada na rua de Stª Catarina em hora de ponta com mais espectadores.
Desta vez a performance teve mais público do que qualquer outra produção, talvez seja afinal este o caminho.
-Não se trata de privatização do Rivoli, mas sim da sua gestão. O mandato terá a duração de quatro anos o que traduz uma atitude de enorme dignidade politica pois não limita outro possível executivo camarário. O Teatro continuará a ser propriedade Municipal. Só quem aborda a questão com interesse pessoal e malícia fomenta a mentira da privatização do teatro.
-Durante o ultimo mandato o Teatro Rivoli “absorveu” 11 milhões de Euros, apenas menos 2 milhões do que todas as Juntas de Freguesia da cidade. Tal medida fará baixar o encargo camarário de 2,5 milhões de euros para cerca de 200 mil euros anuais.
-O pequeno auditório continuará vinculado às produções de carácter experimental, ficando as pequenas companhias salvaguardadas em termos de espaço.
-A entidade administradora fica obrigada a ceder gratuita e anualmente 2500 bilhetes aos alunos do ensino básico do Porto.
Factos 2
-Chovia e com certeza estava-se melhor lá dentro do que na rua.
-Os amigos levavam sandes e cervejolas aos “sitiados”.
-O Pedro Abrunhosa não se algemou às grades.
-Houve mais espectadores do que em qualquer outra ocasião ou peça levada a cena pelos envolvidos; Cerca de 50 simultaneamente, mais dois do que nas peças mais assistidas.
-João Teixeira Lopes (deputado do bloco de esquerda) correu para lá, para poder ter tempo de antena e despejar as suas opiniões.
-Compareceram os saltimbancos do costume, acompanhados dos lenços à Arafat, dos bombos e das bandeirinhas vermelhas e até se cantou a “Grândola vila morena”.
-A “GRANDE MANIFESTAÇÃO DE APOIO NA PRAÇA D.JOÃO I ÀS 20H00 DE 5 ª FEIRA DIA 19 DE OUTUBRO”, não teve mais pessoas do que as que por ali estiveram nos dias anteriores.
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