segunda-feira, agosto 07, 2006

CRIANÇAS DE GUERRA











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Faz-me verdadeira pele de galinha o facto dos eternos combatentes pelos direitos dos “oprimidos”, se deixarem possuir por uma cega fúria irracional nos comentários que tecem. -Causa-me verdadeiro asco o que leio por vezes na Internet, por vezes em órgãos de informação que lhes dão espaço para desbaratarem a torto e a torto a sua sanha de humanistas libertários e verdadeiros, senão únicos, detentores de ideais e de razão.

-Como é possível que alguém se coloque (sem condições), do lado de teocracias que desrespeitam os mais elementares direitos que por cá defendem tão acerrimamente? Do lado de governos, partidos e organizações que fazem tábua rasa da vida humana, dos direitos das mulheres, da liberdade religiosa, da liberdade de imprensa e do direito ao pensamento e à opinião? Ao lado em suma, de quem em nome de Deus mata indiscriminadamente, fanaticamente e de modo cego e inconsciente?
-Como escreveu Samir Kassir (assassinado a 2 de Junho de 2005 em Beirute): “Regimes em que a civilização é reduzida à cultura, a cultura à religião, a religião à politica e a politica à acção violenta.”

-No caso do actual conflito no Líbano, existe por cá muito ser pseudo-pensante que mais parece padecer de um anti-semitismo primário disfarçado de anti-sionismo, do que da capacidade de defender lá, aquilo que por aqui lhes enche o discurso e as letras.
-Não vejo nesta guerra, como não vejo em guerra alguma, nada que me possa satisfazer no que toca à perda de vidas humanas, mas não me esqueço que a situação de guerra existia já desde há muito tempo, com ataques pouco mais que impunes de uma das partes à outra. Claramente me preocupa e entristece profundamente a perda de vidas, sobretudo quando se trata de crianças. No esqueço no entanto, as crianças que vi morrer por culpa de bombistas, em autocarros quando se dirigiam para a escola, em restaurantes onde almoçavam, em mercados ou em plena rua. Não esqueço nem posso, as outras crianças que servem de escudos humanos ao frequentar, alegadas escolas corânicas, estrategicamente colocadas em edifícios em que “lutadores da liberdade” preparam planos de matança. Não esqueço, não posso nem pode ninguém esquecer, as crianças que na idade em que deviam aprender os essenciais valores da vida humana e do respeito por ela, são incitadas à violência e à barbárie, em nome de desígnios religiosos extrapolados do que o seu profeta não quis com certeza que se entendesse dos seus ensinamentos.
-Eu gosto de crianças, de todas as crianças e não apenas de parte delas consoante a sua vida ou morte me permita esta ou outra opinião e a emissão de “sound bites”.

Talvez aos nossos "inteligentes" de serviço, ainda os oiçamos dizer como disse o presidente iraniano, que o holocausto além de justificado não foi aquilo que foi. Eles que não eram revisionistas da história...

Rui

1 comentário:

pedro oliveira disse...

Nem mais, Rui.
Já tinha colocado a mesma foto em:
http://santamargarida.blogspot.com/2006/07/422-crianas.html
Um abraço.