Há dias atrás recebi um sinal. Não um sinal de Deus e nem sequer um daqueles que diz STOP ou que me encontro a passar numa área de atravessamento de veados. Nada disso. Era um sinal amarelo com dois olhos e um sorriso que estava “esparramado” num McDonalds em que tive que entrar para tentar sossegar os ruídos pungentes que as minhas entranhas teimavam em produzir àquela hora. O sinal dizia “Os sorrisos são Grátis!” e atingiu-me como uma pedra que trouxesse atrás de si um tijolo seguido de um sapato… Bum, em cheio!
Como sou português e adoro “borlas”, ao chegar a minha vez de debitar o que desejava à empregada, impecavelmente inserida dentro de um uniforme dois números acima do seu tamanho, pedi as batatas fritas, a bebida, o Big Mack e três sorrisos. Nessa altura confesso que estava curioso para ver como seriam as embalagens dos sorrisos; se seriam embalados todos juntos ou separadamente; se viriam no meio das batatas fritas ou com o hambúrguer; se seriam como os molhos diarreicos de ketchup e maionese a que já ouvi chamar molho de salsa, porque em “espanhol” salsa quer dizer molho mas há por aí quem não saiba.
A criatura em causa pareceu confusa com o meu pedido e examinou de ponta a ponta a lista do dia. Sorriu e tratou do meu pedido. Assim saí defraudado com apenas um sorriso, amarelo e a tocar o tontinho… em vez dos três que havia pedido e a que anunciavam ter direito.
Dias depois, numa grande superfície, encontrei no chão um papel que deve ter sido pertença de um dos funcionários que frequentou um daqueles cursos para lidar com os clientes. O papel continha uma série de regras acerca de como agir com os clientes; Coisas como “ Não pergunte ao cliente se necessita de ajuda! Em vez disso deve perguntar se encontrou tudo aquilo que procurava!”.
À primeira questão é fácil responder com um simples sim ou não mas a segunda pode complicar a vida do cliente, ao empregado e ao sistema.
Empregado: -Boa tarde. Encontrou tudo aquilo que procurava?
Cliente:- Na realidade… Não! Continuam a não ter nas prateleiras “Paz de Espírito”. A mulher da minha vida não estava cá! Não encontrei Fama, Fortuna ou Felicidade em embalagens de nenhuma espécie! Na realidade NÃO! Não encontrei nada do que procurava!
Para estes casos o papel estabelecia que o empregado deveria pedir desculpa ao cliente no caso deste não ter encontrado aquilo que pretendia.
Exultei! Na mesma semana sorrisos e pedidos de desculpa gratuitos!
Tenho que passar mais tempo em antros povoados por imbecis!
5 comentários:
:)
:)
:)
e mais um de bónus
:)
A propósito de salsa, há uns anos atrás, lembro-me de a minha mãe ter percorrido um mercado em Espanha, à procura dela (da erva) e não conseguir ser entendida e atendida.
Já agora como se dirá salsa em espanhol? persil? ou isso é francês?
Os supermercados nunca têm tudo o que precisamos. Por exemplo, agora precisava de tempo. Não tempo engarrafado, com conservantes e aditivos, tempo puro e simples, natural. Queria para aí 2 metros dele.
Em Espanhol salsa diz-se perejil.
Nombre científico: Petroselinum sativum Mill.
ANTÓNIO ABELHA
CHAVES,21-04 -2011
Tem toda a razão o amigo Abelha. Obrigado.
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