-Desta vez Portugal (ou parte dele) meteu água! -Não, não foi a selecção que empatou ou perdeu com uma equipa de menor valor. Não foi nenhum acordo idiota assinado acerca de pescas ou agricultura, nem um puxão de orelhas por parte da Comissão Europeia por má aplicação de fundos comunitários ou por culpa do eterno déficit público. Não foi sequer a perda do Rally de Portugal, do GP de Formula um ou do “Lisboa Dakar” e nem tão pouco se tratou do mapa-côr-de-rosa em segunda edição revista e aumentada. Mais incrível ainda, não se tratou de uma eleição em que os portugueses se tivessem deixado enganar por um qualquer demagogo, mentiroso, incompetente e pomposo “fazedor de promessas”!
-Não. Portugal meteu água daquela que cai de cima e a que vulgarmente chamamos chuva. Maria Elisa deve ter um qualquer dedo que adivinha, pois ainda há poucos dias ao recordar uma ocasião anterior levantou a questão de como seria se fosse hoje. Dir-me-ão que o fenómeno não é comparável em termos de escala. Não é! Não é comparável mas é sem sombra de dúvida semelhante.
-O nosso país mete água. Mete-a pela costa (litoral) “adentro” e pelo interior “afora”.
-Não existe a menor preocupação em “pensar” um plano de aproveitamento das águas pluviais que não passe pelo desaguar destas em leitos de rios e de ribeiras, conduzindo-as ao desperdício mais inútil e absoluto, para que na época estival se possam lamentar da falta de recursos aquíferos.
Toda a gente “enche a boca” com a impermeabilização de solos e ao mesmo tempo esquece-se que a antiga “calçada portuguesa” era um meio de impedir tal impermeabilização sobretudo nos grandes centros urbanos.
-Surpreendi-me quando escutei as declarações do actual ministro do “ambiente” rejeitando, liminarmente, qualquer culpa que dos acontecimentos pudesse vir a ser assacada ao governo ou a si próprio.
-Classifico essa atitude como covarde, mal intencionada e como um “lavar de mãos Ponciopilático”. Noutros países, a primeira palavra seria de consternação, conforto e promessa de efectiva análise e revisão (solução) das situações problemáticas. Por cá não; A culpa é das Câmaras Municipais e mais nada.
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