-Considero-me um tradicionalista moderado com alguns tiques de reaccionário e umas quantas, se não muitas, atitudes de revolucionário libertário. Possuo uma cada vez maior e mais intensa aversão a algumas pessoas enfeudadas em alguns partidos. Não acredito, nas esquerdas militantes e extremadas, nem tão pouco nas direitas extremas e militantes.
-Por incrível que isso por vezes me pareça a mim e a quem me conhece, acredito no sistema político, na honestidade de uma grande maioria dos seu elementos e não encontro mal de monta no actual regime.
-Outrora, fui militante intenso e responsável; A situação que então se vivia exigia-o e eu tinha a consciência dessa exigência. Ganhei e perdi “combates”, eleições, confrontos ideológicos e tempo, muito tempo e algum dinheiro. Concretizei e vi caírem muitos projectos meus e de outros com quem tinha uma relação leal de comunhão de pontos de vista. Quando considerei ter chegado o momento de me afastar, fi-lo deliberada e lentamente, como se disso dependesse alguma vez a minha dignidade, mas não abandonei nunca o hábito de pensar e reflectir a “coisa politica”.
-Pelo caminho, tomei notas e apontamentos que usei muitas vezes em várias ocasiões, e que aqui irei deixar sob o actual titulo. A mim serviram-me bem.
-Hoje, mais perto do centro do “sistema”, inserido totalmente no mundo e ainda e sempre a pensar, sinto-me cada vez mais cínico com relação a alguns políticos, nada crédulo com relação a algumas intenções e totalmente contrário a determinadas práticas. Não se trata nem da frustração nem da desilusão e nem sequer da descrença. Trata-se apenas de um modo de pensar e da vontade de ver mudar o que de mal está neste meu país.
-Há coisas que felizmente melhoram e a lua cheia é uma das que mais me agradam apesar de ser sempre a mesma lua.
Em Politica:
- Por vezes não é bom destapar a caixinha dos vermes.
- Não é aconselhável abanar o barco onde vamos todos juntos pois podemos ir ao fundo, todos separados.
- A melhor táctica é a do salame, isto é: comer apenas uma fatia de cada vez.
- O nada é tudo.
- O que parece é! – Lenine
- Tudo está ligado a tudo o resto.
- Bajular resulta sempre.
- O mentiroso é um criador de factos políticos. O homem honesto é apenas um mero divulgador.
- É mais difícil reconhecer os inimigos. O tipo que nos trama é o que nos sorri da cadeira ao lado.
- O referendo é como um “spray” que se abana quando não há coragem para usar e decidir.
- È sempre bom perdoar aos inimigos, nada os aborrece mais. – Óscar Wilde
- O protesto é arriscado, a crítica perigosa e a irreverência imperdoável.
- A coerência é um luxo que por vezes se paga caro.
- A única coisa para que o passado serve é para ficar para trás.
- Nunca se deve acreditar em nada até que seja oficialmente desmentido.
- Não se deve ser revolucionário sem revolução.
- Há quem possa ser acusado de praticamente tudo, excepto de honestidade, coerência e competência. Disso ninguém os pode acusar.
- Existem políticos que possuem o mais rígido código de imoralidade.
- Um conservador de hoje é alguém que defende as ideias de um reformador de ontem.
- Um reformador só é reconhecido quando morre, mas por isso deixa de reformar morre nesse instante.
- Agir correctamente pode provocar embaraços. No entanto isto não é razão para deixar de o fazer.
- Um economista é alguém que serve para explicar amanha, o porquê de as previsões que fez ontem falharem hoje.
- Alguns políticos não servem para fazer nada, mas sim para explicarem porque não se fez nada e prometerem de novo fazer tudo.
- O melhor modo de não fazer nada acerca do que quer que seja é falar constantemente nela.
2- “Estamos a analisar o que poderá ser feito!”
3- “Estamos a envidar esforços para que tudo ao nosso alcance seja feito!”
4- “Infelizmente já nada podemos fazer, os factos estão consumados!”
- Quando o tempo confirma os factos eles já não têm significado.
- O poder adora arrependidos.
- Existe o trunfo dos sem coração sobre os sem miolos.
- “No pântano da arrogância, o trajecto dos néscios é tranquilo impune e bem remunerado”.