António Guterres explicou à RTP o que quis dizer com a expressão “pântano” que usou quando se demitiu após as anteriores eleições autárquicas. Nessa altura, não soube ou não quis fazê-lo, tendo assim insultado todo o sistema democrático que rege este país, toda a classe politica de que o próprio fazia (e faz ainda) parte, bem como a todos os portugueses, especialmente aqueles que nele haviam depositado a sua confiança através do voto.
A explicação do senhor não chega sequer a possuir qualquer interesse: nem pelo conteúdo, nem pela altura em que é feita e nem sequer pela sua atitude de auto-desculpabilização. Veio apenas colocar de novo em causa todo o sistema de parlamentar tentando demonstrar (ou apontando nesse sentido) que nada funcionaria para o governo após as autárquicas de então por culpa da oposição. Isto, nada mais é, do que colocar em causa a integridade dos partidos e deputados que da Assembleia faziam então parte, insinuando que existiria um total alheamento por parte destes, das responsabilidades governativas e uma atitude de irresponsabilidade nacional grave. No entanto outra coisa, sim seria de estranhar. O senhor em causa, parece ter esquecido que se encontra actualmente a ocupar um cargo internacional, que lhe exige uma superioridade de princípios morais, que sempre almejou e que não tem sabido demonstrar. Esquece por exemplo, que foram os mesmos partidos e a mesma oposição, quem com a consciência nacional que alega não possuírem, o guindou até ao referido cargo; Servindo-lhe de apoio e mesmo de “lobby” internacional para a sua nomeação.
A “explicação” sempre chegou, mas chegou tarde e apenas como uma rude, desfasada e tardia evocação de razões e sobretudo com o inntuito de desculpar o actual governo por não fazer aquilo que ele fez; Para que este não sentisse a obrigação de o copiar nas suas discutíveis atitudes. Não me parece que apesar de tudo o presente governo sinta o desejo ou a necessidade de se demitir; Facto que lamento, embora honestamente pense que não o deveria fazer.
Enfim: o sapo explicou o pântano.
Rui
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