domingo, outubro 23, 2005

Irritações








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Há quem diga que tenho um feitio colérico, que me enfureço e que sou demasiado exigente com os outros.

-Talvez seja verdade, mas francamente não suporto gente desleixada a quem pago para obter bens ou serviços e que me trata como se eu tivesse para com eles uma eterna e enormíssima dívida de gratidão. Incluo neste campo os empregados de mesa e as meninas de loja que não sabem pedir por favor ou dizer obrigado; Mas este aspecto parece ser generalizado entre os portugueses hoje em dia ou então serei eu mal-educado e/ ou estrangeiro.

-Não suporto e penso que não o farei “jamais em tempo algum”, pagar por um bem ou serviço o dinheiro que me custa a ganhar e ser mal entendido além de mal atendido. Por exemplo: Se me apetece um café em chávena fria, com a dita cheia dele e adoçante em vez de açúcar é isso mesmo que peço e não me sujeito a tomá-lo em chávena escaldadiça, curto e com açúcar. Ou então se me pedem uma informação na rua e se me dirigem como se eu tivesse escrito na testa “imbecil responsável pelas informações”, não resisto e passo ao ataque. Só não informo do pretendido mas explico, gratuitamente, a quem pede a informação que o que faz é isso mesmo, PEDIR, E que isso faz-se usando a antiga fórmula do por favor e não a mais “modernaça” do “oiça lá onde é que fica…”. Ocorre-me a propósito, algo que há muitos anos aprendi com o saudoso Senhor Guimarães empregado do “Orfeu”, um café da minha adolescência. Dizia-me ele que conhecia as palavras que abrem melhor as portas e que estas não eram, nem “PUXE”, nem “EMPURRE” mas sim, POR FAVOR” e “OBRIGADO”.

-Não sou mas vivi sempre na terra portuguesa que tem, senão o proveito pelo menos a fama, de ter o maior índice de cuspidelas no chão e de uso de palavrões por metro quadrado e “per capita” do país. Tal nunca me melindrou, embora tente não fazer demasiado uso dessa influência conterrânea. No entanto a falta real de educação e de polimento mínimo já não têm em mim o mesmo efeito. Exijo ser tratado como aquilo que sou e não admito menos do que isso. Sou pessoa e como tal mereço e exijo o respeito que tento ter por outros/as como eu. Se sou cliente quero ser tratado como tal, se sou empregado quero respeito por estar a servir alguém com todo o respeito que me merece e se sou gente exijo que me tratem tal qual estou eu a tratar os outros.

-Por outro lado tenho o direito e a obrigação de defender os direitos que são de todos, ainda que outros em nome do “Não te rales”, o não façam. Tenho a obrigação moral de saber os meus direitos e de os exigir porque acredito que a consciência seja algo salutarmente contagioso.

Coisas que me irritam:

-Pés sobre bancos de autocarro ou metro.
-Depois de um encontrão ou pisadela um “-Desculpe lá!”
-Gente que não respeita bichas (ou filas se forem brasileiros).
-Mulheres que agradecem com “OBRIGADO” e homens que o fazem com “OBRIGADA”.
-Quem nem disso é capaz quando se seguram uma porta, lhe cedem passagem ou têm para com esse “ser” uma atitude educada.
-Empregado/as que se fazem descaradamente à gorjeta.
-Gente que olha para o lado “Para não se incomodar”.
-Quem quer que seja que por não ter ouvido o que lhe disseram questiona com a simpática interjeição “HÃ?” ou “QUÊ?”.
-”Mascadores” de chiclete “boquiabertos/tas” e “sorvedores/rãs” de gelado “Sonóros”.
-Quem estaciona o automóvel impedindo a passagem de peões ou outros automobilistas onde quer que seja.
-Tocadores de telemóvel e fãs da troca de toques em locais públicos.
-“CRAVAS” em geral.
-Pessoas que quando se enganam no numero de telefone o desligam na cara de quem atende.
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Desrespeitosos em geral, “grunhos”, rudes e outros imbecis diversos.

Rui

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