Quero agradecer este OSCAR ao meu país e amigos; à esposa do meu vizinho de baixo; à minha esposa, à minha namorada e à minha ex-esposa número cinco; à procuradoria geral da República por continuar a procurar sem que encontre o que quer que seja; à acadeMIA, á acadeLADRA e ao F.M.I. que devia chamar-se F.I.M.
Queria agradecer também ao meu Presidente de Junta de Freguesia que mantém toda a sua freguesia junta; ao desgoverno em funções e à disfunção eréctil da verticalidade ministerial.
Prometi também não esquecer os amnésicos, as promessas não cumpridas e todos os cumprimentos e larguras que por esta altura nos estão a ver em casa.
Se estou aqui hoje, também o devo ao merceeiro lá do bairro a quem devo seis meses de mercearia e outros géneros. Ao farmacêutico, graças a quem nunca fui pai; ao senhor ministro das finanças, graças a quem nunca tive nada de graça e a quem devo o facto de dever o enorme montante que devo a toda a gente que conheço e a outra gente a quem não conhecendo devo pelo menos o facto de correr mais do que eles.
Èsta é realmente uma grande noite e nela tenho que incluir todos os governantes que desde D. Afonso Henriques nos têm guiado neste mar de lágrimas tenebroso a que chamamos “mar de lágrimas tenebroso” ou Portugal.
Não me esqueço ainda dos encontrões que tenho levado nos transportes colectivos; Recordo o Governo Civil, as mortes e partos em ambulâncias, os carros blindados de brincar a sério, as parcerias publico-privadas, os institutos e fundações, os Pinhos, os Linos, os Varas, Os Ruis Pedros Soares e os Mários. Recordo os meus vizinhos e os seus cães ranhosos que ladram de madrugada e defecam ao fim do dia no passeio; os seus rebentos aos chutos à bola em crianças e mais tarde apenas aos Xutos pelas esquinas.
Não podia ainda deixar de parte as maravilhosas tardes de debate parlamentar a que assisti e que me inspiram ainda hoje quando me comporto como um idiota chapado. Foi também uma inspiração o senhor primeiro-ministro que nos inspira a todos quando mentimos com todos os dentes e não respondemos ou não assumimos responsabilidades politicas irresponsavelmente.
Por tudo isto e por muito mais… agradeço este Oscar que me atribuiram. Heí-de baptiza-lo como “OSCAR Alho” e honra-lo na montra da casa de penhores da minha rua.
1 comentário:
Se me permites, faço meu o teu agradecimento.
Obrigada, "senhores" do meu país que nos conduziram a este mar de rosas, rosas com muitos espinhos, obrigada!
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