Reajustar a ortografia de um povo é algo que não pode ser encarado com a leveza de um “intervalo para café”; No entanto, foi exactamente num intervalo para café que o nosso “competentíssimo” ministro dos Negócios Estrangeiros anunciou a tomada de posição do nosso país nessa matéria, lançando uma polémica que deveria ter existido antes do anúncio e uma discussão que ao invés de ser prévia foi posterior.
A ortografia é a transcrição da linguagem oral de um povo, logo: parte integrante da língua de um povo, o nosso; e como dizia um Pessoa qualquer: “A minha pátria é a minha língua!”
Não sendo linguista, não me detenho a apreciar questões de sintaxe, de gramática, de fonologia, lexicografia ou de semântica.
Não estando ligado a interesses editoriais, não me debruçarei acerca de impactos económicos. Do mesmo modo, não sendo estúpido, não me “engulo” argumentos de uma maior funcionalidade da compreensão ou da melhoria de inter-relacionamento cultural entre a comunidade CPLP.
Outro argumento amplamente difundido é o da suposta simplificação da aprendizagem da língua portuguesa. Tal argumento, não colhe qualquer validade pelo mais simples dos factos: as crianças não possuem consciência fonológica; Como tal, tanto aprendem a escrever de um modo como de outro, além disso a “diferença” nunca foi facto impeditivo da aprendizagem do português.
Por um outro lado, “todo o mundo” (Google, Yahoo e Microsoft incluídos) parecem ter entendido que a par do Inglês (British ou GB), existe o Inglês (American ou USA) e que existe também o Português (Brasil ou BR) e o Português (Portugal ou PT).
O “idioma espanhol” (Castelhano) é escrito e falado de modos diferentes desde a Estremadura Espanhola ao Chile, Argentina, Paraguai, México (e sabe Deus que mais) até às Filipinas. Nunca por isso algum escritor, de Cervantes a Borges ou Saramago deixou de ser lido, compreendido ou estimado.
Desconheço que exista algum acordo ortográfico entre países da Commonwealth; Shakespeare é lido nos EUA tal como na Suíça ou no Nepal.
Um acordo, por definição, é o modo de duas partes perderem menos do que o que perderiam se o acordo não existisse. Neste caso é exactamente o oposto.
Ao ratificá-lo, Portugal, está a fazer aquilo que o Brasil jamais fez com o acordo anterior. Ao pô-lo em prática, Portugal, vincula a língua de vários outros países não á expressão portuguesa mas à expressão brasileira.
De salientar que nada me move contra a “doce pronúncia de além-mar” ou contra a “doce sonoridade” do Brasil. Ainda assim, as decisões que se têm vindo a tomar relativamente à “nossa língua/ nossa Pátria” (recordo bem o TLESB), mais parecem caricatas brincadeiras de pseudo-intelectuais sem ocupação outra que não seja a da mudança pela mudança. Ou então, e não o quero crer, são apenas FALSAS MUDANÇAS que não transmitem nem melhorias nem evolução. Sem resultado útil nem nada de positivo para quem quer que seja.
Desculpo-me com “ liberdade criativa” mas não abdico do que penso nem sequer do modo como o exprimo por escrito.
Crucifiquem-me como alternativa, mas não desperdicem madeira na minha cruz!
11 comentários:
Do programa que falas só vi uma pequena parte, entretanto adormeci. Mesmo tendo de a ensinar, não sou a favor nem contra estas alterações na língua portuguesa. A língua por definição é um instrumento vivo, logo mutável, que sofre evoluções ao longo dos tempos. Esta é mais uma. As palavras a alterar são pouquitas, depressa nos vamos habituar a elas e, verdade seja dita, que falta faz o p em óptimo ou em baptismo? Perigosa, perigosa é a TLEBS, entretanto adormecida mas que será posta em prática em 2010. Essa sim, vai-nos dar que fazer e de nada serve, só complica.
E o Brasil sabe bem que sem PORTUGAL é mais um país da américa latina onde o ESTADO manda abater crianças de rua como se fossem COELHOS.
É essa a grande imagem do Brasil a nível INTERNACIONAL!!!!!!!!!!!!!
Se não fosse a ligação histórica a PORTUGAL há muito que a vidinha internacional deles lhes corria pior do que a da Venezuela ou Colômbia ... Mas é assim!
Eles ainda precisão mais de nós, senão já nos teriam passado a perna`Há muito tempo. Isto da Língua é uma grande Oportunidade para o Brasil se Colocar em bicos de pés...
eu sou a favor da evolução (e simplificação da língua). que tal se ainda escrevêssemos pharmácia? não acho que este acordo ortográfico seja um grande terror, e, pessoalmente, vejo mais lógica e evolução no português brasileiro que no nosso. eles escrevem como se diz, que pode ser mais lógico? para quê victor, baptista, acção, tecto? explica lá a um puto que está a aprender a escrever porque é que se escreve acção em vez de ação? ou explica-me a mim, que também não me lembro... :)
Sempre pensei que o Português, a língua Portuguesa, fosse nossa! Nossa, de Portugal, dos Portugueses! Afinal parece que ando enganada há meio século!
Xi Grande
A mania de legislar sobre tudo não é sinónimo de que se melhore a situação vigente. Alterar costumes e hábitos através de legislação, em vez de ser o próprio tempo a tratar do assunto não é a melhor estratégia. O Acordo Ortografico é um bom exemplo desta mania de legislar sobre tudo e sobe nada...
Estou para ver quando se vai começar a escrever "Egito" e outros termos deste género...
Olha Rui, este assunto faz-me confusão. Eu li o que a bruxinha escreveu e isto não se trata de evolução mas sim de deixar-mos de escrever português para passarmos a escrever brasileiro. Todas as línguas são MUTÁVEIS, estamos de acordo neste ponto, agora, para facilitar outros dar-mos cabo da nossa não entendo? Qualquer dia, chá, escreve-se = XÁ. Não é mais fécil? Poderia dar-te inúmeros exemplos mas não vale a pena. Nós apenas estamos a facilitar a vida aos OUTROS assassinando a nossa língua porque existem interesses por detrás que nada têm a ver com a língua de pessoa ou camões.
E se vamos por esse caminho do facilitismo,então é colocar os olhos nos putos de hoje em dia que escrevem: queres= xeres, ou então coisas como ; achas= axas
Estão a simplificas. É esta a língua portuguesa que queremos. Como o mencionei as línguas são mutáveis, mas não desta forma.Não desta forma disparatadamente galopante.
Beijinhos
O Brasil é um país guerreiro e não deve nada a Portugal. Vocês com a mania de se colocarem como os belos descobridores, enquanto não passam de meros "encontradores". Não tenho nada contra Portugal ou o povo Português, mas vir falar que o Estado brasileiro abate crianças, se isso fosse realmente verdade seria pela herança do povo português. Uma língua não é questão de orgulho, é questão de comunicação e se não falassemos português poderíamos falar qualquer outra coisa e nem por isso deixaríamos de nos comunicar.
"de.puta.madre" cuidado com sua mediocridade, isso só mostra que além de não ter respeito por outras nações você não tem cultura nenhuma. Só porque foi mal comido tem que falar mal do Brasil?!?!
AVISO : QUALQUER COMENTÁRIO QUE DE FUTURO GENERALIZE MAU TRATAMENTO QUER A BRASILEIROS QUER A PORTUGUESES SERÁ APAGADO!
O ESPAÇO DESTINA-SE A COMENTAR O MEU POST E NÃO OS COMENTÁRIOS! E NÃO ADMITO PALAVRÕES OU BAIXARIA AQUI, APENAS ARGUMENTOS! !
Se para responder não são capazes de argumentar sem usar palavrões façam-no no blog do responsável pelo comentário e não anonimamente!
De resto, beijos e abraços!
O Amigo Lucas devia ter lido o meu aviso anterior! Insultos a pessoas ou países não voltam a constar aqui!
Os comentários são apenas para o que existe no post! Guerras, guerrinhas, ou guerrilhas terminaram depois de EU ter avisado que terminavam! Por isso apaguei o seu comentário! Agradeço a participação mas de outro modo que não o "Modo ofensivo" a quem, quer que seja ainda que como resposta a uma suposta ofensa!
Enviar um comentário