Morreu o Luís Pacheco.
-Com certeza, muita gente falará e escreverá acerca dele e entre todos dirão tudo o que houver para ser dito. Alguns lamentarão, outros hão-de respirar um silvo de alívio por entre dentes e encolherão os ombros para seguir em frente. Eu não o li todo, não lhe conheço detalhes nem minudências; não o conheci em pessoa, nem queria, achá-lo-ia um sacana cínico. O que dele li não me dá autoridade para o definir, nem penso que ele pudesse ser definido por não nada definível, por não ser nada nunca e ser um pouco de quase tudo ao mesmo tempo, confusamente e em profundo desalinho. O Luís Pacheco nunca me “cravou vinte paus”, nunca me chamou “filho da puta” e nem sequer sabia quem eu sou.
-Li dele : "Comunidade", “O caso do sonâmbulo chupista”, “Literatura comestível”, “
-Morreu um dos mais improváveis escritores, poetas e tudo de Portugal. Se o quisesse imitar terminaria com um palavrão bombástico. Mas não!
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