O Mundo está cheio de crenças e crendices, seitas, grupos, pseudo-religiões e outras teorias mais ou menos estranhas, mais ou menos sofisticadas, mais menos credíveis, aceitáveis, elaboradas, cientificas, imaginativas e desonestas.
Neste assunto não misturo as religiões tradicionais, as práticas meditativas, ou algumas artes de cura como a acupunctura, por não se tratarem de “coisas” da área da crença”.
Ainda hoje ouvi uma entrevista acerca de uma estranha forma de pensar que (em linhas muito gerais) preconiza que a água emana e recebe energia (ou é ela mesma energia); que as palavras influenciariam o modo como as próprias moléculas da água se comportam e que sendo o ser humano composto maioritariamente por água… enfim. Fale-se então com a água para obter o progresso e a felicidade humana.
Esta, como outras imensas “imensidades” que tenho escutado e conhecido, baseia-se também no pensamento de um ancião japonês a quem carinhosa e reverentemente, como de costume, tratam por Doutor (quer o seja quer não).
O filão de teorias provenientes de Doutores anciãos japoneses parece inesgotável. Todas elas falam em “Estudos”, elaborados em países como os Estados Unidos, o Japão, a Dinamarca e (digo eu) o Burkina Fasso e que suportariam as teorias que propalam. No entanto, esses estudos raramente são acompanhados por nomes, datas e publicações credíveis. Já ouvi até falar de “estudos da NASA” e em outras fontes tão gerais e tão secas como o antigo leito do Mondego em pleno Verão.
Não coloco em causa nem a fé, nem o conhecimento científico de quem defende as opções que defende. Cada um é como cada qual, ainda que defender inconscientemente questões de “crença” com base em pseudo-argumentos científicos seja algo tão lógico e premente, como o é defender a existência do sol apenas com base no facto de se ter sabido através de um “livro” que ele existiria.
Neste como em muitos outros capítulos da vida, estar vivo e usar o que a inteligência nos permite usar do restante cérebro que possuímos… é um apreciável troféu.