quarta-feira, setembro 30, 2009

Crenças, crendices, teorias e seitas avulsas – Da imaginação á practica sem passar pela casa “Partida”

caderno diario das ideias In-Provavel

O Mundo está cheio de crenças e crendices, seitas, grupos, pseudo-religiões e outras teorias mais ou menos estranhas, mais ou menos sofisticadas, mais menos credíveis, aceitáveis, elaboradas, cientificas, imaginativas e desonestas.

Neste assunto não misturo as religiões tradicionais, as práticas meditativas, ou algumas artes de cura como a acupunctura, por não se tratarem de “coisas” da área da crença”.

Ainda hoje ouvi uma entrevista acerca de uma estranha forma de pensar que (em linhas muito gerais) preconiza que a água emana e recebe energia (ou é ela mesma energia); que as palavras influenciariam o modo como as próprias moléculas da água se comportam e que sendo o ser humano composto maioritariamente por água… enfim. Fale-se então com a água para obter o progresso e a felicidade humana.

Esta, como outras imensas “imensidades” que tenho escutado e conhecido, baseia-se também no pensamento de um ancião japonês a quem carinhosa e reverentemente, como de costume, tratam por Doutor (quer o seja quer não).

O filão de teorias provenientes de Doutores anciãos japoneses parece inesgotável. Todas elas falam em “Estudos”, elaborados em países como os Estados Unidos, o Japão, a Dinamarca e (digo eu) o Burkina Fasso e que suportariam as teorias que propalam. No entanto, esses estudos raramente são acompanhados por nomes, datas e publicações credíveis. Já ouvi até falar de “estudos da NASA” e em outras fontes tão gerais e tão secas como o antigo leito do Mondego em pleno Verão.

Não coloco em causa nem a fé, nem o conhecimento científico de quem defende as opções que defende. Cada um é como cada qual, ainda que defender inconscientemente questões de “crença” com base em pseudo-argumentos científicos seja algo tão lógico e premente, como o é defender a existência do sol apenas com base no facto de se ter sabido através de um “livro” que ele existiria.

Neste como em muitos outros capítulos da vida, estar vivo e usar o que a inteligência nos permite usar do restante cérebro que possuímos… é um apreciável troféu.

segunda-feira, setembro 21, 2009

ELEIÇÕES 2009 – O CIRCO NACIONAL

eLEIÇÕES 2009  - o circo iN-PROVAVEL

PALAVRAS PARA QUÊ? 

SÃO ARTISTAS PORTUGUESES!

Grandes malabaristas.

Leoas com pêlo na benta.

Tigres de papel.

Acrobátas da Política.

Animais Selvagens da Economia.

Trapezistas de Poleiro.

Contorcionistas das ideologias.

Ilusionistas da Justificação.

Equilibristas do Tacho.

OS PALHAÇOS SOMOS TODOS!

AINDA ASSIM VOTE!!!

sexta-feira, setembro 18, 2009

Annus horribilis

Luto in-provavel

---Tínhamos ambos o hábito de gastar as tardes de domingo em intermináveis conversas circulares, acerca do mundo e dos seus arredores recônditos. Cada um de nós, por motivos diferentes, detestava as neuras das tardes dominicais, em que as horas se arrastavam teimosamente até que chegava a altura de regressar a casa para o jantar. Nessa altura, a grande maioria dos cafés da cidade mantinha o hábito do descanso semanal no primeiro dia da semana e aquele onde nos acolhíamos era uma excepção rara e simpática; não era maior do que o espaço de uma sala pequena com um balcão ao fundo, mal iluminado e espelhado. Nunca combinava-mos as horas de chegar nem as de partida, chegávamos e íamo-nos embora com a naturalidade do acaso mas quase sempre simultaneamente.

---Eram tardes atiradas à leitura de semanários, de revistas e raramente de estudo como exigiria o bom senso da nossa actividade principal de então. A amizade era feita de pequenos desabafos, de contos e ditos, das frustrações e êxitos que a vida, de quem tinha vinte e poucos anos naquela altura, trazia nas marés das semanas civis. Fazia-se o balanço das noites de Sexta e de Sábado, comentava-se a semana política e maltratava-se a táctica futebolística.

Tornámo-nos mais amigos, mais sinceros e mais tarde, quando a vida nos alterou os domingos de tarde bastava um telefonema com a palavra “café” e uma hora marcada para que nos voltássemos a reunir para contar o êxito pessoal ou a tristeza romântica que nos alegrava ou afligia.

--Era um poço de calma como eu nunca serei. Por detrás da sua voz, sempre baixa, nunca se lhe lia uma ira, uma zanga profunda ou qualquer ódio a quem quer que fosse. Conciliava quase tudo e todos com a ponderação de um velho conciliador experiente e com o empenho de quem fizesse disso profissão. Era talvez o pior cozinheiro do mundo e um simples ovo estrelado significava para ele um desafio maior do que uma escalada vertical ou um mergulho em águas turvas e agitadas.

--Estive ao seu lado no altar quando casou; ainda ambos a destilarmos os vapores da sua despedida de solteiro. Lembro-me do nascimento dos seus dois filhos e de ter sabido, em primeira-mão, de cada uma das gravidezes desejadas e ansiadas pelo casal. Estive no funeral dos seus pais e irmão e nos aniversários familiares quase todos.

--Recentemente, estive horas a ouvi-lo contar as razões da separação e do divórcio. Tantas razões, tão estranhas e inevitavelmente tão diferentes das razões que me contou a sua mulher em outras tantas horas de conversa pesada. Como estas conversas são sempre tão pesadas. Recordo a impotência que senti, o quase desespero de voltar a não entender as pessoas, os argumentos e atitudes de cega obstinação de ambos e a tristeza profunda que tudo aquilo acrescentou a este ano de tristezas quase ininterruptas.

Ontem, soube que tinha caído nas escadas de casa e morrido de uma morte tão estúpida e inútil como apenas a morte de mais alguém chegado consegue ser. Hoje foi a enterrar e nem sequer era domingo.

É apenas outro dia mau deste interminável annus horribilis.

sábado, setembro 12, 2009

O Rosto Feminino através de 500 anos de Arte

http://www.artgallery.lu/digitalart/women_in_art.html


Porque há coisas que merecem ser vistas !


Vejam!




"Há pessoas belas que nos enviam coisas belas. Se ao menos soubessemos apreciar ambas sempre....."


Nota: Desliguem antes a música da "casa" (aqui ao lado).
Ouvir também faz bem à alma.

terça-feira, setembro 08, 2009

FAQ - perguntas e respostas

F A Q In-Provavel

FAQ

Toda a gente sabe que FAQ significa Frequently Asked Questions e não há página da Internet que não possua uma secção com este nome, ainda que seja em português e que nunca contenha as respostas às perguntas que queremos ver respondidas.

Gosto além disso do som de FAQ, dito de um determinado modo parece um palavrão muitas vezes repetido em tudo o que é filme americano e que é exactamente aquilo que muitas vezes me apetece responder a determinadas perguntas que determinadas pessoas me fazem com indeterminada vulgaridade. Em vez disso…


P: Então, como vais?

R: Regra geral vou a pé mas hoje por sinal, vou apanhar um autocarro e estou mesmo atrasado para isso.


P: Então, como estás?

R: Até este momento estava sentado aqui sozinho e bem mas já que tenho que responder aos teus lugares comuns… vou estar bem para outro lado onde não estejas.


P: Então, como tens passado?

R: Mal, muito mal. Imagina que ainda ontem me descuidei e deixei queimar a minha camisa preferida. Por falar nisso tenho que ir comprar uma. Adeusinho!


P: Porquê agora e porquê a mim…?

R: Talvez por seres uma besta quadrada que merece todo o mal que lhe acontece e porque agora é uma altura tão boa como qualquer outra para que aconteça mal a imbecis. Aliás, assim já ficas despachado.


P: Lindo dia, não achas?

R: Não! Está a caminho uma frente fria que vai provocar acentuado arrefecimento nocturno, aguaceiros fortes lá para o final da tarde e vento forte de Nordeste, com possibilidade de queda de neve na Serra da Gardunha e de parvos aqui mesmo.


P: Estás com pressa?

R: Nenhuma. Podes ir indo à frente!


P: Para que lado vais?

R: Vou para o lado oposto ao que tu fores!


P: Deves estar a brincar comigo, não?

R: Claro que não. Eu contigo nem sequer seriamente gosto de falar!


(Ao telefone de casa)

P: Então, onde estás?

R:Em Fafe e por isso não posso falar agora! Liga para a semana que vou estar em Aljustrel.


(Ao Tlm.)

P: Que estavas a fazer?

R. A pensar mudar de número de tlm.


(Em ambos de madrugada)

P: Estavas a dormir?

R: Vai-te… #%&/)(“ ! FAQ!

Clara, são 04:49 estou a escrever este post apenas para incluir esta frase: Gosto muito de Ti e tenho saudades. Um Beijo!

domingo, setembro 06, 2009

ELEIÇÕES 2009

eleições 2009

Voltamos de novo às Eleições e consequentemente às Campanhas Eleitorais e ao primado da vida politica na actualidade nacional.

Isto passa-se num país onde a confiança da população no Regime, no Sistema Governativo, nas Instituições de Justiça, nos órgãos de Soberania em geral, na Administração Pública, nos detentores de Cargos Públicos e em TODA a Classe Politica é mínima como não há memória de ter sido depois da rebaldaria em que se tornou a 1ª República.

Algures entre a instalação da Democracia representativa em Portugal e os nossos dias as convicções e as crenças parecem ter desaparecido. Os sentimentos patrióticos estão reservados para as selecções. As paixões por causas nobres estão reservadas para festas em discotecas para angariação de fundos e auto-promoção de pseudo-vedetas.

A Intriga intra-partidária fede de desrespeito e ausência de solidariedade entre correlegionários, de desrespeito pelos lideres e por compromissos assumidos em congresso.

A intriga inter-pardidária perdeu a pouca polidez que possuía. O debate tornou-se arrogante e de baixo teor informativo; O poder não responde às questões da oposição; dribla, evita e foge às perguntas fingindo-se insultado por elas.

Os Adversários já se não detestam por diferenças doutrinárias, agora detestam-se por inveja de cargos de poder e de acesso a altas remunerações ou pelo domínio de grupos financeiros essenciais à NOSSA economia; ou em alternativa, agora são solidários nas mesmas fraquezas, na desmedida ambição pessoal e nos desprezos interpessoais.

O carácter dos políticos é constantemente colocado em causa apenas por que eles (na generalidade) o não possuem. A psicologia politica vigente não é a de servir mas a de servir-se da “coisa pública”. A integridade é cada vez menor e os armários estão a abarrotar de esqueletos disfarçados de fatos italianos comprados em NY ou de casaquinhos e camisolas a cheirar a génio e haxixe marados.

A culpa é também nossa (de todos). Há muito que nos demitimos por básica incultura politica e preguiça mental de exercer o direito de voto e a obrigação de fiscalizar a acção dos nossos políticos. Colocámos as “jóias da democracia” nas suas mãos; Criticámos os políticos de carreira, confundimos carreira com carreirismo politico e agora temos amadores e pára-quedistas no exercício do poder, misturados com oportunistas e saqueadores. Todos apressados em enriquecer e em enriquecer os amigos, a família, os amigos e afilhados.

Vem aí de novo a Campanha Eleitoral mas esta, ainda que em tempo de crise, bate todos os recordes de despesismo e gastos de um modo obsceno, sendo que o exemplo pior é dado pelo mesmíssimo partido que nos exige mais e maiores sacrifícios.

quarta-feira, setembro 02, 2009

Coisas de pensar de mais

just me in shit - in-provavel 

Ele há nós que nos apertam no pescoço

mais do que abraços que  partem costelas…