Tenho ouvido dizer que envelhecer é um processo complicado, que traz dificuladdes acrescidas à vida ou que implica alterações dolorosas. Pode até ser verdade mas francamente começa a não me parecer.
Os “velhos do Restêlo” de hoje eram os jovens bem-intencionados e cheios de ideais de ontem. Começaram aos 18 anos com intenção de “mudar o mundo”; Aos 25 pretendiam mudar de curso; Aos 35 mudaram de mulher ou de casa e agora apenas pretendem mudar de carro e sofás da sala porque podem e se guindaram (à custa dos que permaneceram idealistas) a uma posição que lhes permite fazê-lo com desafogo financeiro.
Uma das coisas mais parecidas com o envelhecimento é a perda de garantia de um qualquer electrodoméstico, mas como ainda ninguém se lembrou de atribuir uma garantia aos recém-nascidos responsabilizando os progenitores ou o Estado (bem pelo contrário), tal noção não se aplica convenientemente aqui.
Regra geral, não falo da minha idade apenas pelo facto de ser minha. Mas tenho verificado que um bom método de avaliar a idade de um homem é o facto simples de observar o nivel a que se coloca o cinto das calças. Eu explico: Tudo actualmente começa com o cinto pouco acima dos joelhos, por volta dos 12/13 anos e termina quando os médicos puxam as calças acima do umbigo e pronunciam que o cadáver é efectivamente cadáver.
Outro critério usado é o da “capacidade de audição” ou o da sua falta: quanto menos se ouve mais idade se possui!
Não resulta! Sempre fiz “ouvidos de mercador” a idiotices perfeitas:
-Promessas de medicamentos genéricos “pagos” (que médicos não receitam) com receitas conseguidas apartir de multas a pensionistas que não declararam a sua MISÉRIA.
- Justificações governativas idiotas, sentenças de 1ª instância, discursos de circunstância e nem por isso era velho, surdo ou estúpido e ainda não sou, mas talvez eu seja uma excepção. Esta última conclusão tiro-a pela análise das intenções de voto actuais.
Recordo com saudade o avô de um amigo, que não sendo nada surdo, conseguia manter os mais divertidos diálogos com os netos fingindo sê-lo, por adulterar tudo o que eles lhe diziam e esquivando-se assim a contribuir para as noitadas e “cópofonias” a que eles se propunham com o seu auxílio financeiro.
Muita gente ainda parece pensar que a memória é outro dos factores que auxiliam a determinar a idade real dos individúos mas não me parece ser um método fiável. Poucos dias atrás o filho de um amigo, tendo saído para ir a um aniversário de uma amiga, chegou a casa três dias depois e a melhor explicação para a sua ausência foi a de que se não lembrava de onde tinha estado. Tem 18 anos e uma memória irreprenssvel. Os pais, por seu lado, apenas se lembraram que estava “ausente” ao segundo dia. Eu… esqueço-me do telemóvel, das chaves ou dos óculos mas nunca mais do que 3 horas consecutivas mas esqueço-me de mim dias a fio.
De qualquer modo, já me esqueci dos outros motivos que levam alguém a utilizar critérios idiotas para avaliar a idade de quem quer que seja e não os posso procurar no GOOGLE.
5 comentários:
Critérios idiotas, mesmo, se eu fosse a tentar avaliar a minha idade mental, era capaz de me assustar. Assim, os outros que o façam, se quiserem! Bom post! Abraço!
Vasco:
Uma pessoa que MUITO estimo ensinou-me um termo estranho: "ADULTESCENTE". Não sei exactamente o que significa (nem vou pensar muito nisso); soa excelentemente e , para mim,diz quase tudo!Ou quase!
Um abraço: Rui V.
Pois... fiquei a pensar no termo: "adultescente"... Acho que pode ser isso mesmo :)) Soa excelentemente!
Gostei de ler o texto.
Adultescente, sempre! (É pena é eu não saber muito bem o que é ser adulto; se é aquilo que vou vendo pelos sítios pelos quais vou arrastando o cadáver, a adultidade anda mesmo a precisar de recauchutagem...) :) Abraço!
quê?? coser panos em plenitude??
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