Existe gente para quem a frase “2 orelhas e apenas 1 boca” não significa nada e que procede como se possuísse 2 bocas e apenas 1 orelha. Gente que fala, fala e fala acerca do mundo sem parar; Acerca do modo como está mau e de como devemos dar as mãos para fazer dele um lugar mais harmonioso, com menos aquecimento global, mais respeito pelas minorias, mais tolerância por aqueles que não aceitam nada que seja diferente do seu próprio modo de ser. São uma cambada de ingratos para com o mundo.
Eu olho o mundo tal como ele é – com altos índices de ambição por poder capaz de gerar riqueza ou apenas por riqueza. Um mundo sem valores familiares, sem respeito pelo próximo, pelo longínquo ou por quem não faça parte do “clã”, do “grupo”, do “clube”, do “partido” ou da “comunhão de ideias”.
Um mundo em que falar de moral é retrogrado; Falar acerca de VALORES é reaccionário; Falar de PRINCÍPIOS é antiquado. Um mundo com imensas situações de intolerância rácica e xenófoba. Com conflitos bélicos por razões que não valem um chavo e menos ainda uma vida. Um mundo onde a celebração da “celebridade” (ainda que breve) é um objectivo essencial e onde “celebridades” egoístas que se vendem aos media a cada minuto (pagos ao minuto) para que capitalizem a sua “fama” à custa que causas nobres nas quais apenas procuram mais promoção para capitalização futura.
Vejo o capitalismo hipnótico impingido à classe media pouco mais que iletrada mas convencida que é culta e mal-empregue; Vejo o que resta da confiança dos portugueses nas instituições de fiscalização a perder-se irremediavelmente e o desprezo destas pelos mais pobres e pelos mais fracos. O travestismo de JUSTIÇA a que ainda teimam em chamar justiça, mas que serve apenas aqueles que dela se servem e que a contornam de mil modos a cada passo, porque nós assim deixámos que seja e porque podem, por terem poder e capacidade económica para o fazerem. A impunidade graça e desgraça
Aprecio a falta de honradez, o desrespeito pela palavra de honra, a ausência de empenho em cumprir promessas feitas e a ausência da própria honra. Observo com atenção a capacidade imaginativa para gerar desculpas inverosímeis que todos entendem serem tão falsas como notas de 7 Euros mas que alguns fingem aceitar como verdadeiras.
A teia de exercício de pressões, de influências e “lobbys”, denunciadas envergonhadamente, negadas com veemência e jamais punidas ou expostas, apesar das evidências públicas e das ligações entre os protagonistas.
Não sou velho nem sequer sou do Restelo. No entanto… envergonho-me pelas contradições dos “procuradores/as” sem-vergonha, pelas suas óbvias confusões, comprometimentos e pela trapalhada em que transformaram a JUSTIÇA tomando-a para sua coutada própria e pessoal.
1 comentário:
Ruca, adorei este texto. E acho que vês o que te rodeia com olhos de ver.
Tenho de frisar esta parte:
"O travestismo de JUSTIÇA a que ainda teimam em chamar justiça, mas que serve apenas aqueles que dela se servem e que a contornam de mil modos "
Hoje em dia é o que sinto.É revoltante.
Bjs alienígenas
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