Caso I
-Diálogo IN-PROVAVEL entre dois amigos sendo um deles médico e amigo do outro.
-A acção passa-se no consultório do médico.
-Então, como estás? Vieste de visita ou para uma consulta?
-Nem uma coisa nem outra. Vim para que me declares doido!
-Como?
-Ouviste muito bem! D-O-I-D-O!
-Mas… tu estás maluco ou quê?
-Também pode ser, mas pessoalmente prefiro o termo “doido”. É mais… sonante, mais vulgar, mais reconhecível.
-Mas a que propósito te veio isso à cabeça?
-Precisamente por achar que estou doido e que mereço ser considerado como tal.
-Isso não funciona assim. São precisos exames específicos, análises comportamentais relatórios detalhados, um processo complicado e além disso tu não estás doido!
-E como é que tu sabes que não estou?
-Simples: Uma pessoa fora do seu juízo não admite estar doido, bem antes pelo contrário. Excepto talvez…
-Excepto talvez no caso de estar mesmo muito, muito doido. Como é o caso.
-Ora…, eu conheço-te bem!
-Aí está! Quantas vezes não disseste já, que eu sou meio maluco?
-Ora, uma cambada de malucos é o que eles são, aliás, somos.
-Pois, vocês são malucos e eu sou doido!
-Como já te disse, quem não está de posse de todas as suas capacidades mentais ou sofre de uma alteração do seu método habitual de pensar, agir e sentir não admite que se encontra nessa situação e necessita de tratamento.
-Ou seja: se estiver doido, sentir que estou doido, se tiver a certeza de que estou doido e disser que estou doido, sou considerado são. Se estiver são e alguém me considerar doido, sou doido e tratam-me, ainda que contra a minha vontade.
-Mas é assim que as coisas são e é assim que funcionam. Além de que tu não estás doido!
-Achas que não?
Caso II
Diálogo IN-PROVAVEL que poderia ocorrer ao telefone.
-Olá. Como estás?
-Que te interessa isso?
-Gostava de saber que estás bem.
-Depois de meses sem quereres saber nada de mim, sem me ligares o que te pode isso interessar?
-Mas… foste tu que me disseste que não me telefonarias mais e que te não telefonasse.
-Que é que isso tem a ver? Tu é que nunca mais ligaste ou quiseste saber de mim.
(Textos visados e aprovados superiormente)
Sem comentários:
Enviar um comentário