terça-feira, dezembro 20, 2005

ESCREVER






Cada vez, tenho menos vontade de escrever e de cada vez que o tento, a inspiração e a vontade de o fazer fogem como se tivessem visto um “papão” ignóbil. O ruído das teclas surge hesitante e vago como vagos são os dedos que as primem e as ideias que surgem a negro sobre esta imitação electrónica de papel.

No entanto sei que a inspiração existe, que anda por aí na sua vida habitual, apenas longe e descrente de mim.

Nada do que escrevo parece ter qualquer nexo que não seja o da lamentação, um desfiar de tristezas em rosário rezado uma vez e outra.

Nunca tive a ideia de influenciar quem quer que fosse ou sequer de procurar palavras de alívio no retorno da leitura. Não, o que escrevo não me merece a mim comentários. Não me reconheço sequer qualidade na escrita, bem ao inverso, escrevo apenas porque sim e porque não e já são duas razões excelentes para que não deixe do fazer. Talvez as duas únicas razões que vislumbro daqui, deste limbo onde estou agora.

Um blog não passa de um espaço público em que estendemos a nossa alma a corar ao sol dos olhos que nos lêem. Se alguém se influenciar com o que escrevo que o faça. Caso contrario continuarei a escrever porque escrever é um modo de pensar, de sentir.

Já escrevi demais, acerca de “escrever”. Talvez um dia volte ao assunto.

Mas é In-Provavel.

1 comentário:

Pedro disse...

Há que não desistir...