sábado, março 27, 2010
domingo, março 21, 2010
Chegada da Primavera… TELEGRAMA (REPOSTAGEM DE 2007)
Até já nem essa forma romantico/trágica de receber novas sequer existe.
-Apesar disso imaginei que tinha recebido este telegrama hoje.
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sábado, março 20, 2010
Dia do Pai
Toda a gente, pelo menos uma única vez na vida, passou algum tempo a olhar as nuvens no céu e a imaginar ver aí “coisas” reais.
Sobretudo na infância, quantas vezes não demos por nós, deitados numa pedra ou num prado, na praia ou apenas na varanda a olhar as nuvens e a ver nelas tudo aquilo que desejávamos ver: elefantes, cisnes, pessoas conhecidas, navios…
Eram sem duvida uns momentos divertidos e uma parte inesquecível da infância. Nessa altura não existiam as fronteiras de hoje à nossa capacidade de sonhar, éramos capazes de transformar agua sob a forma de vapor em todo o tipo de sonhos.
Éramos capazes de ver o que queríamos ver. Agora, crescidos que somos, sentimos obrigação de ver tudo como os outros o vêm.
Recordei-me sem aparente motivo, ou talvez porque sempre me recordo, do meu pai.
Recordei uma manhã em que eu, doente, perdia a primavera lá fora e apenas via o sol eas núvens que entravam pela janela aberta de par em par no meu quarto de menino.
Jogávamos cartas sobre a cama e ele falava comigo não sei acerca de quê já, mas lembro que naqueles momentos me esquecia da primavera lá de fora, da escola e do tempo que já passara, primeiro no hospital e depois naquela cama.
Ele fazia-o sempre que podia e conseguia poder muitas vezes.
Sempre que se sentava comigo, ao fundo da cama trazia-me qualquer coisa nova, um livro ou uma história do seu tempo de criança; E eu que já não gostava que me contassem histórias… ficava a ouvir com toda a atenção que podia fingir e acabava sempre por gostar e pedir outra e outra até à hora de almoço.
E hoje, quando pela janela do meu quarto olhei as nuvens, não foram animais nem cenas de fantasia que vi. Foi o meu pai, mas vi-o de uma maneira tão intensa e tão real como nunca pudera ver no céu nada nascido da minha imaginação nem na minha enorme saudade.
Postado por Unknown at sábado, março 20, 2010 4 comentários
quarta-feira, março 17, 2010
EU SOU UM PALHAÇO – In-Provavel (repostagem)
-Tenho oitenta e três anos, uma reforma vergonhosa, filhos e netos que só vejo no Natal, contas que não posso pagar e uma vida inteira de trabalho. Outros que têm a minha idade entram em sentido contrário em auto-estradas porque elas são confusas. Outros, ainda nunca trabalharam e ganham mais do que a minha reforma.Outros ainda... ganham 3 reformas 30 vezes superiores à minha.
Eu sou mesmo um palhaço!
-Vivo num país em que quem tem dinheiro foge à Justiça para o Brasil, regressa em liberdade e é eleita Presidente de Câmara. Há quem se preocupe mais com a divulgação das escutas do que com o seu conteúdo e quem faça de tudo para para nunca assumir nada do que fez de irregular. Outros alongam os processos até à exaustão da paciência e da justiça.
Logo: …sou um palhaço!
-Tenho um primeiro-ministro que faz férias na neve e safaris em África. Antes e depois congela aumentos e progressões de carreira que eu mereço e pelas quais trabalhei sempre; Obriga-me a trabalhar mais anos para que me reforme, nomeia amigos e os amigos nomeiam outros amigos e ainda tem a lata de me pedir sacrifícios e de me falar da crise. Sim, a mim fala-me de crise.
…porque eu sou um palhaço!
-Estou no meu carrinho para ir para o emprego a ouvir falar de crise em todas as notícias e quando olho para o lado, vejo um rapaz de 22 anos num Mercedes que eu nunca poderia sequer sonhar ter. Ele ou o pai dele são culpados de algo muito grave com certeza, e eu?
Eu sou um palhaço!
-Tenho vinte e poucos anos passados a estudar à custa do esforço e sacrifício dos meus pais. Tenho um curso superior e vontade de trabalhar. Tenho amigos que trabalham em instituições governamentais apenas porque os tios são aí directores. Sou actualmente ajudante de peixaria de uma grande superfície. Ainda bem que a minha licenciatura era Biologia Marinha. Sim ainda bem…
… para saber que sou um verdadeiro palhaço.
-Tenho 47 anos e trabalhei desde os 14 na mesma fábrica onde o meu pai e o meu avô trabalharam sempre. A empresa encerrou deixando por pagar 18 meses de ordenados e 115 pessoas no desemprego. O Proprietário mantém as suas casas em Lisboa, Algarve, Ibiza e Brasil, bem como a quinta no Douro, um barco em Vila Moura e todos os automóveis que possuía. Eu… mantenho a família viva à custa da arte de sapateiro, mantenho alguma dignidade e pouca esperança no futuro dos meus.
Mantenho também a certeza de ter sido toda a vida um verdadeiro palhaço, triste mas ainda assim palhaço.
-Sou professor, cometi o “erro” de desejar ter uma família como toda a gente. Estive sempre, nos primeiros 18 anos de carreira, a mais de 80 quilómetros dela. Quando menos recebia tinha que pagar duas casas, gasolina, portagens, e cheguei quase a passar fome. Perdi uma boa parte do crescimento dos meus filhos enquanto adorava ensinar os filhos dos outros; Esforcei-me sempre o mais que pude sem ter muitas vezes os meios que necessitava, para os alunos e por eles. Fui insultado, tentaram agredir-me, riscaram-me o carro, não me aumentam e exigem-me que trabalhe nas escola e o volte a fazer quando chego a casa. No entanto ainda gosto do que faço, mas parece que nem pais, alunos ou ministras o entendem. Tudo isso apenas porque é por vezes difícil entender um palhaço.
E eu… sou apenas mais um palhaço!
NOTA:“Nenhuma das situações aqui relatadas reflecte qualquer situação real que o autor verdadeiramente conheça. Trata-se unicamente de situações imaginárias e ficcionadas e como tal impossíveis de existirem na vida real.”
Depois de feito tal esclarecimento também eu afirmo que sou um palhaço, embora nutra enorme respeito e estima por todos aqueles que o são profissionalmente.
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domingo, março 14, 2010
Manual Para Políticos Amadores (Capitulo III)
Acusar
-Incriminar.
-Apontar responsabilidades.
Adversários
-Protagonistas oponentes.
Amanhã
-Futuro próximo.
-Nunca.
Ambição
-Vontade de servir.
-Progressão politica.
Atrasado
-Moroso.
Cabeçadas
-Divergências.
-Discordâncias.
-Dissonâncias.
Cabeçudo
-Determinado
Cacique
-Líder de opinião local.
Cínico
-Bem humorado.
-Original.
Combinação explosiva
-Coabitação.
Contestação
-Agitação.
-Oportunismo.
-Desvario.
Confissão
-Clarificação.
Culpado
-Alegadamente responsável.
Cumplicidade
-Convergência de interesses.
-Comunhão de objectivos.
-Princípios e objectivos comuns.
Deixa andar
-Manutenção do status quo.
Desvalorização salarial
-Reajustamento salarial.
Discordância
-Dissonância.
Doido
-Desequilibrado.
-Original.
-Stressado, esgotado, cansado ou com problemas de coluna, se membro de um governo
Droga
-Dependência.
-Substancia tóxica.
EVASÃO
-Se recluso - Reinserção social.
-Se capitalista - Investimento no estrangeiro.
-Se jornalista - Contornar a questão.
Falhanço
-Adiamento.
Fraqueza
-Tolerância.
Greve
-Paralisação laboral.
-Bloqueio produtivo.
-Ataque às instituições.
Gueto
-Minoria
-Grupo desfasado da realidade.
-Desajustados sociais.
Homem de mão
-Colaborador próximo.
-Assistente pessoal.
-Assessor.
Imobilismo
-Status quo.
-Manutenção da actual situação.
Ignorância
-Desinformação involuntária.
Inflação galopante
-Ligeira derrapagem de preços.
-Dificuldade económica de aquisição.
Jovem palerma ambicioso
-Neófito.
Lobby
-Grupo de pressão.
-Grupo de interesses.
Luta
-Debate aceso de ideias.
Mentiras
-Alegações.
-Desinformação voluntária.
Miséria
-Condições precárias.
-Necessidade económica.
-Precariedade social.
NÃO
-Sim mas…
-Talvez.
-Logo se verá.
Pacóvio
-Rural.
País subdesenvolvido
-País em vias de desenvolvimento.
Pobre
-Necessitado.
-Excluído.
Privilégios
-Vantagens adquiridas.
-Recompensa monetária.
-Compensação.
Propaganda
-Informação.
-Conferencia de imprensa.
Sacudir a água do capote
-Referendo.
Reaccionário
-Tradicionalista.
Repressão
-Manutenção da ordem.
Saco de gatos
-Congresso.
Salário miserável
-Rendimento mínimo.
Suborno
-Contribuição.
-Ajuda monetária.
-Financiamento pessoal.
Víbora
-Dissidente.
-Discordante.
Vira-casacas
-O que sai do meu partido para outro; O que faz o oposto é sempre uma pessoa de coragem politica, carácter, coragem e assinalável percurso politico.
Postado por Unknown at domingo, março 14, 2010 1 comentários
sexta-feira, março 12, 2010
Manual para Políticos Amadores (Capit. 2)
O Que se pensa e o que se diz:
A demora deve-se à excessiva burocracia.
“-O ligeiro atraso verificado deve-se à necessidade de serem respeitados os prazos e procedimentos legais necessários.”
A Inflação vai aumentar.
“-Uma certa incerteza paira sobre as perspectivas de aumento de poder de compra.”
Ambos são cúmplices.
“-Entre ambos existe uma grande convergência de interesses pessoais e outros.”
As eleições mudaram esta trapalhada toda.
“-Trata-se muito naturalmente do fim de um ciclo político e do inicio de um outro na sociedade portuguesa.”
As guerras internas no partido são inevitáveis e perigosas.
“-É salutar que diferentes sensibilidades se exprimam no contexto interno.”
A reunião foi detestável e sem resultados.
“-A reunião decorreu em clima franco e cordial com muitos pontos de vista semelhante e também algumas discordâncias.”
Bolas o fulano tem toda a razão, vou fazer como ele disse.
“-Sou extremamente sensível à eficaz analise que acabou de fazer e não deixarei de a ter em conta no futuro.”
BRONCA:
“-Circunstancias totalmente imprevisíveis levaram a que se cometesse um erro de cálculo com base em previsões não realizadas.”
Cala a boca idiota!
“-Tenha a bondade de me deixar terminar o meu raciocínio sem me interromper constantemente.”
CUNHA:
“-Ligação de personalidades da sociedade civil ao aparelho de Estado.”
“-Escolha pessoal com base na confiança e competência demonstradas.”
Ele é um valho jarreta, dorminhoco e cada vez mais gágá.
“-Ele é um bastião dos grandes valores ideológicos da democracia e a sua contribuição não pode nunca ser descurada ou esquecida.”
Ele é autoritário e déspota.
“-Ele possui uma considerável capacidade de chefia e liderança.”
Eleições? Que chatice.
“-As consultas eleitorais que pautam a vida do nosso país, permitem aos portugueses exprimir os seus anseios de forma democrática.”
Está bem eu digo-vos, mas nada de escrever isto.
“-Naturalmente informar-vos-ei acerca dessa questão mas off-the-record.”
Está totalmente lixado!
“-A sua posição pessoal encontra-se algo fragilizada.”
Está tudo lixado e vai tudo pró desemprego!
“-A actual conjuntura, a avaliar pelos recentes índices da Comunidade Europeia e da OCDE, apresenta sérios défices estruturais cujo resultado poderá traduzir-se na desacelaração da nossa economia e na forte penalização de algumas categorias sócio-profissionais.”
Fui obrigado a ceder em quase tudo.
“-Foi uma frutuosa troca de pontos de vista que me deu ocasião para redefinir as minhas convicções acerca de alguns assuntos específicos.”
Grande escandaleira.
“-Acontecimento algo embaraçoso.”
Há quem saiba bem quem ele é.
“-Goza de uma certa notoriedade em certos círculos.”
Há tantos militantes como correntes internas.
“-A galáxia de opiniões é rica na sua diversidade”
Morreu? Ainda bem, não faz cá falta nenhuma.
“-Uma perda irreparável para a democracia portuguesa.”
“-Um enorme exemplo de respeito pela liberdade, um democrata e um lutador de excepção e sem paralelo.”
Os idiotas dos eleitores.
“-O tecido eleitoral português.”
O Chato do Presidente da República.
“-O Garante da unidade nacional, o supremo magistrado da nação, o Chefe supremo das forças armadas e o verdadeiro vértice do estado.”
Os pobres estão cada vez mais miseráveis.
"-Verifica-se um ligeiro incremento no numero de portugueses necessitados e na taxa de exclusão social.”
O tipo além de cabotino é teimoso como uma mula.
“-Para além da sua personalidade extremamente mediática é sem qualquer duvida possuidor de sólidas convicções.”
O tipo é um fraco.
“- Possui uma enorme abertura de espírito que sempre soube demonstrar.”
O tipo é um idiota chapado e um indeciso.
“-Possui a primordial qualidade de um verdadeiro homem de estado, que é a de saber utilizar a capacidade de análise e reflexão.”
Passa o tempo todo a mudar de opinião.
“-Possui convicções flutuantes mas perfeitamente bem fundamentadas.”
Se falo acerca disso ainda me enterro.
“- Não sustentarei discussões estéreis e inúteis desadequadas ao momento presente.”
Ser do Contra.
“-Exprimir a diferença.”
TACHO:
“-Desempenho desinteressado de funções oficiais da mais alta responsabilidade e da maior importância para o país.”
Uns dias de sonho nas Seychelles com tudo pago.
“-Uma missão de representação ao mais alto nível, com vista ao estabelecimento de contactos comerciais e ao aprofundamento dos laços de amizade entre os dois estados.”
Vou ser demagogo porque isso ainda dá votos.
“-É necessário dar atenção relevada aos problemas que afligem os portugueses e não descurar nunca o aspecto social da governação.”
Postado por Unknown at sexta-feira, março 12, 2010 1 comentários
quinta-feira, março 11, 2010
Manual para Políticos Amadores (Capit. 1)
-Considero-me um tradicionalista moderado com alguns tiques de reaccionário e umas quantas, se não muitas, atitudes de revolucionário libertário. Possuo uma cada vez maior e mais intensa aversão a algumas pessoas enfeudadas em alguns partidos. Não acredito, nas esquerdas militantes e extremadas, nem tão pouco nas direitas extremas e militantes.
-Por incrível que isso por vezes me pareça a mim e a quem me conhece, acredito no sistema político, na honestidade de uma grande maioria dos seu elementos e não encontro mal de monta no actual regime.
-Outrora, fui militante intenso e responsável; A situação que então se vivia exigia-o e eu tinha a consciência dessa exigência. Ganhei e perdi “combates”, eleições, confrontos ideológicos e tempo, muito tempo e algum dinheiro.
Concretizei e vi caírem muitos projectos meus e de outros com quem tinha uma relação leal de comunhão de pontos de vista.
Quando considerei ter chegado o momento de me afastar, fi-lo deliberada e lentamente, como se disso dependesse alguma vez a minha dignidade, mas não abandonei nunca o hábito de pensar e reflectir a “coisa politica”.
-Pelo caminho, tomei notas e apontamentos que usei muitas vezes em várias ocasiões, e que aqui irei deixar sob o actual titulo. A mim serviram-me bem.
-Hoje, mais perto do centro do “sistema”, inserido totalmente no mundo e ainda e sempre a pensar, sinto-me cada vez mais cínico com relação a alguns políticos, nada crédulo com relação a algumas intenções e totalmente contrário a determinadas práticas.
Não se trata nem da frustração nem da desilusão e nem sequer da descrença. Trata-se apenas de um modo de pensar e da vontade de ver mudar o que de mal está neste meu país.
Em Politica:
- Por vezes não é bom destapar a caixinha dos vermes.
- Não é aconselhável abanar o barco onde vamos todos juntos pois podemos ir ao fundo, todos separados.
- A melhor táctica é a do salame, isto é: comer apenas uma fatia de cada vez.
- O nada é tudo.
- O que parece é! – Lenine
- Tudo está ligado a tudo o resto.
- Bajular resulta sempre.
- O mentiroso é um criador de factos políticos. O homem honesto é apenas um mero divulgador.
- É mais difícil reconhecer os inimigos. O tipo que nos trama é o que nos sorri da cadeira ao lado.
- O referendo é como um “spray” que se abana quando não há coragem para usar e decidir.
- È sempre bom perdoar aos inimigos, nada os aborrece mais. – Óscar Wilde
- O protesto é arriscado, a crítica perigosa e a irreverência imperdoável.
- A coerência é um luxo que por vezes se paga caro.
- A única coisa para que o passado serve é para ficar para trás.
- Nunca se deve acreditar em nada até que seja oficialmente desmentido.
- Não se deve ser revolucionário sem revolução.
- Há quem possa ser acusado de praticamente tudo, excepto de honestidade, coerência e competência. Disso ninguém os pode acusar.
- Existem políticos que possuem o mais rígido código de imoralidade.
- Um conservador de hoje é alguém que defende as ideias de um reformador de ontem.
- Um reformador só é reconhecido quando morre, mas por isso deixa de reformar morre nesse instante.
- Agir correctamente pode provocar embaraços. No entanto isto não é razão para deixar de o fazer.
- Um economista é alguém que serve para explicar amanha, o porquê de as previsões que fez ontem falharem hoje.
- Alguns políticos não servem para fazer nada, mas sim para explicarem porque não se fez nada e prometerem de novo fazer tudo.
- O melhor modo de não fazer nada acerca do que quer que seja é falar constantemente nela.
4 passos para não fazer nada em politica:
1- “Ainda é cedo para fazer o que quer que seja!”
2- “Estamos a analisar o que poderá ser feito!”
3- “Estamos a envidar esforços para que tudo ao nosso alcance seja feito!”
4- “Infelizmente já nada podemos fazer, os factos estão consumados!”
- Quando o tempo confirma os factos eles já não têm significado.
- O poder adora arrependidos.
- Existe o trunfo dos sem coração sobre os sem miolos.
- “No pântano da arrogância, o trajecto dos néscios é tranquilo impune e bem remunerado”.
Postado por Unknown at quinta-feira, março 11, 2010 2 comentários
quinta-feira, março 04, 2010
Saudade
Saudade é uma das palavras mais presentes na poesia de amor da língua portuguesa e também na música popular, "saudade", só conhecida em galego-português, descreve a mistura dos sentimentos de perda, distância e amor. A palavra vem do latim "solitas, solitatis" (solidão), na forma arcaica de "soedade, soidade e suidade" e sob influência de "saúde" e "saudar".
Diz a lenda que foi cunhada na época dos Descobrimentos e no Brasil colónia esteve muito presente para definir a solidão dos portugueses numa terra estranha, longe de entes queridos. Define, pois, a melancolia causada pela lembrança; a mágoa que se sente pela ausência ou desaparecimento de pessoas, coisas, estados ou acções. Provém do latim "solitáte", solidão.
In “Wikipedia”
Saudade é uma espécie de lembrança nostálgica, lembrança carinhosa de um bem especial que está ausente acompanhado de um desejo de revê-lo ou possui-lo.
Diz-se que é possível ter saudade de pessoas, locais, animais, objectos e (imagine-se) regimes políticos, políticos e governantes.
No entanto, na realidade, tudo aquilo de que temos saudade é do passado. Do que nele vivemos de bom, do que de positivo passámos, daqueles que tivemos e perdemos, do que fomos e não somos.
O resto são memórias que nos despertam a saudade e não a saudade propriamente dita que gera a cada passo um violento sentimento evocativo; triste; melancólico; subjectivo; de angústia, nostalgia e perda.
“A saudade é um sentimento do coração que vem da sensibilidade e não da razão” tem pouco a ver com ela e ainda assim…
É comunicável mas é intransmissível; é exclusivamente humana e aparece com a solidão em comum (a solidão no meio da multidão).
A saudade torna-nos ensimesmados e contemplativos; enche-nos de emoções contraditórias. Faz-nos contrapor o presente ao passado e acreditar que o passado vale mais do que o presente.
A saudade existe em quem não vive o presente em pleno, porque não quer ou não poder e tem desvios e contrastes que as crianças não possuem por não terem “passado”.
O saudosismo é sobretudo patente nas sociedades e nas pessoas que as formam em alturas de retrocesso, de crise de marasmo, de descrença e desesperança.
Portugal está saudosista e eu com ele.
Postado por Unknown at quinta-feira, março 04, 2010 2 comentários