domingo, janeiro 25, 2009

Manual de sobrevivência para o ordenado mínimo

manual para idiotas

Viver apenas com o ordenado mínimo nacional

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-Sair de casa, caminhar 50 minutos em redor do quarteirão, bairro, urbanização, bloco ou casa andando devagar e cumprimentado toda a gente por quem passe.

Custo: Desgaste de calçado, algumas calorias

Vantagem: Ajuda a boa forma física, permite algum contacto social e a observação do ambiente urbano em que se encontra inserido.


-Sair de casa, apanhar um transporte colectivo até ao limite da cidade, procurar uma mata onde possa observar passarinhos, recolher pinhas e lenha e procurar cogumelos se for a altura certa do ano.

Custo: Preço do transporte (ida e volta).

Vantagem: Contacto com a natureza, lenha para a lareira e hipótese de encontrar cogumelos para alimentação ou outros fins.


-Permanecer em casa, ligar a televisão e ver atentamente um dos programas da manhã ou da tarde da RTP 1, SIC ou TVI.

Custo: sanidade mental, equilíbrio psicológico e possível perda total de bom gosto.

Vantagem: Se tomar café (para não adormecer ou estupidificar) é do que faz em casa.


-Sair de casa até uma FNAC qualquer; Fazer de conta que se é cliente habitual; Ler tudo o que vier à mão não comprar nada. Ouvir o mais recente álbum de se ouviu falar e afirmar com enorme grau de certeza que não é nada daquilo que se esperava.

Custo: Transportes, calorias e um eventual café pago com as moedas “pretas”.

Vantagem: manter o conhecimento das novidades editoriais, acompanhar as edições musicais de modo a “cagar sentenças” na coluna do jornal da paróquia ou no blogue.


-Arrastar o “portátil” até um café com ligação à Internet e passar a tarde a navegar naquilo a que antigamente se chamava a “Conta do Salazar”.

Custo: Deslocação, desgaste das impressões digitais.

Vantagem: Dá-lhe o ar de quem está a trabalhar afincadamente ou de quem seja um exímio jogador de poker on line.


-Passar o dia em casa a arrumar os jornais acumulados desde a ultima campanha eleitoral. Comparar as promessas dos promitentes governantes com as suas actuais declarações de desculpa pela falta do seu cumprimento. Observar, ler e meditar acerca do papel da actual crise internacional na falta de concretização das “tais” promessas.

Custo: uma tarde em casa.

Vantagem: Uma enorme “barrigada” de riso e boa disposição ou profunda depressão durante uma semana.


-Escolher uma esplanada bem frequentada, de preferência à beira-rio ou beira-mar; Pedir uma “bica”, um “café” ou um “cimbalino” que dure toda a tarde e um copo com água. Levar um livro de um autor “conhecido” , fazer de conta que se sabe ler ou em alternativa ler sem entender metade daquilo que era suposto estar a ler.

Custo: O preço da “bica”, um “café” ou “cimbalino”.

Vantagem: Passa por ser uma pessoa culta e gasta uma tarde.


-Chegar sempre atrasado aos jantares de amigos para apenas comer a sobremesa. Certifique-se que não o vão obrigar a pagar aquilo que não comeu e de que entra com ar ofegante e aborrecido pelo atraso.

Custo: Deslocação e sobremesa.

Vantagem: É como se tivesse ido ao jantar; Evita a parte mais aborrecida uma vez que já estará toda a gente “com os copos” e ainda pode beber o resto do vinho apenas pelo preço da sobremesa. Com alguma sorte os amigos sequer nem o deixarão pagar a sobremesa se as contas forem “a dividir por todos”.


-Sempre que tiver que usar um autocarro (em percursos de apenas uma paragem) certifique-se de que é o último a entrar. Finja que procura a carteira onde tem o dinheiro e/ou o passe social; Faça um ar contrariado e aborrecido e peça ao motorista que o deixe sair na paragem seguinte para ir buscar a carteira de que se esqueceu.

Custo: 0 €

Vantagem: Acaba de fazer o percurso que desejava fazer a custo zero.

2 comentários:

Anónimo disse...

E afinal quem é que paga o ordenado? é que tempo para ir trabalhar nao vi eheheheh ;)

aquelabruxa disse...

excelente! quando for aí no verão já sei o que fazer ;)