Através da história humana e dos tempos, os homens têm tentado impressionar as mulheres e falhado uma vez após outra… miseravelmente.
Tudo parece ter começado com Grumbha o homem das cavernas, que pensava poder impressionar uma mulher das cavernas ao caçar mamutes para o pequeno almoço da jovem. Depois de cada caçada oferecia-lhe um pedaço de carne crua a pingar quase tanto sangue como ele próprio e que ela aceitava, muito mais por fome do que por boa educação que não fora ainda inventada. Nessas alturas ele dizia: Grumbha o verdadeiro caçador o verdadeiro homem! Ela apenas sorria enigmaticamente e mais nada.
Noutras ocasiões Grumbha afastava-se do grupo e saia da caverna para aquilo que pareceria apenas a satisfação de uma necessidade biológica (verter águas) e com o tempo ia fazê-lo cada vez mais longe da caverna para marcar território e quando regressava dizia: Grumbha o verdadeiro proprietário! Ela apenas sorria enigmaticamente e mais nada.
Noutras alturas Grumbha encontrava uma flor colorida que aprendeu a cortar em vez de arrancar, para não se ferir nos picos e levava-a à mulher das cavernas que invariavelmente lhe sorria sem entender e invariavelmente a comia. Nessas alturas Grumbha dizia: Grumbha o verdadeiro romântico e nem ele sabia o que aquilo queria dizer.
Quando Grumbha começou a inventar coisas como a roda e o fogo a coisa não pareceu ajudar muito na impressão que causava na mulher das cavernas. A roda não servia para grande coisa já que os Porsches, Ferraris, BMS’s, Mercedes e Audis ainda não existiam ao passo que o fogo apenas serviu para que a mulher passasse muito mais tempo a cozinhar para a tribo ou clã e quando Grumbha disse: “Grumbha o verdadeiro inventor” ela não sorriu enigmaticamente nem mais nada!
Mas Grumbha estava determinado a impressionar e continuou a inventar coisas e objectos e atitudes, nunca com o objectivo de fazer avançar a humanidade mas apenas com a ideia fixa de impressionar a mulher das cavernas.
IMPORTANTE: Salto de alguns anos até ao século XXI.
Grumbha o verdadeiro caçador, proprietário, romântico e inventor agora chama-se, João, Pedro, Jacques, Oliver, Ibn Hassam Soares, ou até mesmo Darcy... o nome não interessa.
Não há muito tempo atrás, Grumbha… perdão João, Pedro, Jacques, Oliver, Ibn Hassam Soares, ou até mesmo Darcy, inventou algo chamado soutien e a mulher queimou-o em praça pública dizendo-lhe “Esta é a ultima coisa que cozinho para Ti!”.
Inventou a bolsa de senhora e levou com ela na cabeça; inventou a igualdade entre os sexos e também levou com ela na cabeça além de ter levado também com os gays e lésbicas na cabeça.
Oliver frequenta ginásios profissionalmente e até tem um em casa para os tempos livres. Cria músculos como quem cria aves de arribação; tem o peito do tamanho de uma máquina de lavar loiça; rapa os pêlos todos e ainda assim não parece impressionar mais a ex-mulher das cavernas do que o velho Grumbha o “verdadeiro caçador”.
Darcy é um tipo educado, gosta de crianças, animais e velhinhos embora não aprecie a generalidade dos outros seres humanos. Não passa por uma flor sem a admirar e averiguar o odor que possuí. Conhece os chocolates e alguma coisa da arte culinária; admira alguns escritores e abomina outros; entende o significado da música e algumas “peculiaridades da alma”. Ainda assim, tudo isto não impressiona a descente da mulher das cavernas mais do que a rosa com que Grumbha presentava a primitiva fêmea.
O João é empresário e “proprietário” de uma empresa de propriedades. Possui um Porsche, um Ferrari e dois Audi além de várias casas de campo praia e montanha. Gera riqueza como não gere a empresa e não gera filhos. Ainda assim, apenas causa impressão em algumas ex-mulheres das cavernas que o abandonam logo que a primeira crise bolsística aparece no horizonte. Tem uma colecção de ex-mulheres e outra de Arte que acaba de ir a leilão para pagar mais uma quase falência. Ainda assim não parece impressionar mais a ex-mulher das cavernas do que o velho Grumbha o “verdadeiro caçador”.
Ibn Soares é um génio da informática e não há “gadget” que não demonstre em cada primeiro encontro que quase sempre é o único. Não existe programa que não saiba usar ilegal ou imoralmente e substituiu os óculos (fundo-de-garrafa). por lentes de contacto. No entanto, continua só, solitário e constantemente a procurar alguém que o acompanhe ainda que em breves momentos.
Consta que a ultima frase de Freud (esse homem das cavernas) que tentava entender as almas através dos pensamentos teria sido: “Afinal … o que querem as mulheres?”
Se não foi podia e deveria ter sido!