sexta-feira, fevereiro 21, 2014

















 Anteontem, a caminho de casa, entrei para me abrigar da chuva num café onde só estava um cliente e o dono da casa. Era hora dos telejornais e a televisão estava alto o suficiente para se ouvirem as notícias.
  Quando reparei nele, dos olhos do homem que parecia hipnotizado pelas imagens corria ineterrupto um rio de lágrimas que não tentava limpar ou disfarçar sequer e que já empoçavam na mesa.
  Perguntei ao homem do balcão com um gesto o que se passava e ele também com os olhos marejados sussurrou-me a custo: "É ucraniano!"
  Pousei o dinheiro no balcão e saí sem dizer nada.. não era capaz de dizer mais nada e não havia mais nada para ser dito.